Pesquisa sobre assédio moral no trabalho no âmbito do SUAS

Pesquisa de mestrado sobre assédio moral no trabalho na Assistência Social busca participantes voluntárias(os) que sejam trabalhadoras(es) do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A pesquisa é on-line via link do Google Forms e podem participar trabalhadoras(es) do SUAS de todos os cargos e níveis de escolaridade, de todas as regiões do Brasil. Veja como participar: Pesquisadora responsável: Rozana Maria da Fonseca, mestranda do Programa de Pós Graduação em Estado e Sociedade (PPGES) da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Pesquisa sob orientação da Profa. Dra. Sandra Adriana Neves Nunes. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP/UFSB) e tem o objetivo de mapear o fenômeno do assédio moral no âmbito da assistência social – Sistema Único de Assistência Social – SUAS, visando investigar as suas relações com fatores sociodemográficos, condições de trabalho e percepção de trabalhadoras(es). Quem pode participar?As(os) voluntárias(os) devem ser trabalhadoras(es) do SUAS de todos os estados do Brasil e de todos os cargos e níveis de escolaridade, como por exemplo: motoristas, seguranças/vigias, serviços gerais, auxiliares administrativos, recepcionistas, orientadores sociais, educadores sociais, agentes sociais, oficineiros, coordenadores, gestores, diretores, técnicos/analistas, supervisores e outros cargos similares. O tempo de atuação no SUAS deve ser de no mínimo 6 meses. Como participar? Basta responder um questionário totalmente on-line por meio do link: Assédio moral no SUAS. A pesquisadora salienta que a participação é anônima e que o sigilo das informações será preservado e que a participante pode interromper sua participação na pesquisa a qualquer momento. A pesquisa conta com duas etapas, sendo possível participar somente da Etapa I.Sua participação é de extrema importância, pois ajudará na construção de conhecimento acerca do fenômeno do assédio moral no trabalho no âmbito do SUAS. Ao clicar no link Assédio moral no SUAS a(o) participante terá acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a sua aprovação. Após a leitura e seu aceite em participar da pesquisa, o preenchimento do questionário levará, em média, 15 minutos. Quer participar e/ou divulgar a pesquisa? clica aqui Para qualquer esclarecimento, entre em contato pelo e-mail: rozanafonseca@gmail.com Obrigada pelo seu tempo e disponibilidade!

“O SUAS que temos e o SUAS que queremos” no tema da 13ª Conferência Nacional de Assistência Social – o cansaço da retórica nos discursos de consolidação do SUAS

Oi pessoal, como vocês estão? A despeito de compromissos que me impedem a dedicação neste espaço como antes, sinto-me fazendo das tripas coração para ter motivação de vir aqui escrever. Esses últimos tempos têm me atingido desde as tripas – penso que por aí também, então, em um momento futuro quero vir aqui escrever sobre a queda, não livre, de minha desmotivação para estar aqui e nas redes sociais. Já adianto que não começou em 2018. Estou programando e estimando que consigo aparecer mais vezes por aqui em fevereiro, já que o blog fará aniversário de 13 anos. Vamos ao texto…. O objetivo do texto de hoje é problematizar as reiteradas “largadas” do SUAS/Assistência Social. Eu tenho um jargão que é; o SUAS já nasceu velho. É certo que o cerne das provocações que já realizei foram mais direcionadas às práticas como já escrevi em Velhas práticas no SUAS: uma crítica a partir da divulgação dos fazeres nas redes sociais e já falei em comunicações públicas como na live no SUAS Conversas da Ana Pincolini, O NOVO e o VELHO no SUAS, mas sinto que é o momento de refletir de maneira mais global sobre o sistema, pois, desconfio que esse eterno retorno explica uma insistência em falar de uma certa realidade almejando, em outra ponta, o que será, um dia, o SUAS – “Passa-se a assistência social esperando que disso resulte uma assistência social”.   Começo demonstrando que desde 2010 o slogan que destaco no título desse texto tem servido como máxima, relembrem: Esse discurso retórico com um eterno retorno a um estado de busca a um ideal me parece demasiadamente cansativo. Minha sensação é a de que há sempre alguém queimando a largada. Mas quem? Perguntar por isso agora a resposta é certa: Governo do Jair Messias. Mas, e o Michel Temer? E o que antecedeu a crise política de 2014 que se desenrolou com o golpe de 2016?  E a Emenda Constitucional nº 95 que impõe o novo regime fiscal que atinge violentamente as políticas sociais? E o contexto histórico-cultural que fundou e disseminou o que seria assistência social? A implantação do SUAS é suficiente para que ele e a assistência social resistam a esse conjunto de ataques? Por isso, a crítica é por acreditar que a retórica do discurso de consolidação estaciona o cansaço, banaliza análises de conjuntura, além de dificultar a travessia das crises. Toda crise, como a da redução sem precedentes no repasse e no financiamento que resultou em quase absoluto desmonte do SUAS, não deveria ser motivo para recuperar e repetir os mesmos lemas – a realidade não é mais a mesma de 15, 8, 4 anos atrás -, mas, poderia ser um disparador para se lançar um SUAS que saiba ler a conjuntura em direção a novas estratégias de tensionamentos e consolidação. Evitando, assim, circular pelos mesmos discursos áridos – permanecendo um novo velho. Resguardando o peso que toda essa crise da assistência social (e de outras políticas sociais) significa, pontuo que é possível dar visibilidade à potência do SUAS, precisamente, em meio a um turbilhão de acontecimentos políticos, econômicos, e de crise humanitária/genocídio como o que ocorre há anos na comunidade indígena yanomami e em outras comunidades indígenas que lutam por demarcação de terras – se intensificou como genocídio deliberado nos últimos 4 anos; e dos milhões que passam fome, o SUAS tem condição de lançar respostas mais assertivas e diretas. O SUAS, através dos serviços socioassistenciais é um dispositivo que impediu, durante a pandemia, que a tragédia fosse maior e que tivesse ainda mais pessoas em desproteção social Brasil à fora. Quando a educação não funcionou, quando a saúde mental também não funcionou, foram os serviços dos CRAS, dos Centros POP, dos CREAS, e das unidades de acolhimentos que acolheram as pessoas. Assim, a problemática do discurso do eterno vir a ser da assistência social, de um SUAS que existe lá no horizonte, acaba tendo efeito rebote, atrapalhando a consolidação cultural e social da Política Nacional e Assistência Social (PNAS), fato que reverbera em um cotidiano de trabalho em que trabalhadoras(es) engajadas(os) (a custo de muito cansaço) fazem das tripas coração para manejar os atendimentos e gestão. Não é coincidência que trabalhadoras(es) do SUAS não foram contemplados com a vacina contra a Covid-19 no início da fase de imunização e nem agora quando o SUS anunciou que a vacina entrará regularmente no calendário de vacinação do governo e que será destinada apenas à alguns grupos de pessoas. Nesse sentido, defendo que já temos O SUAS. O que queremos é que governos cumpram as leis, cumpram as normativas que regem a PNAS; que governos municipais e estaduais estabeleçam o compromisso de manter equipes suficientes para atender as demandas e necessidades de proteção social; que secretários municipais e estaduais estabeleçam pactos de articulação para que não fique à cargo das analistas socioassistenciais a tarefa hercúlea de promover acesso a direitos sociais de diferentes naturezas – tarefa que quando feita de maneira solitária e não institucionalizada certamente falha e falhará, deixando um rastro de frustração e sofrimento nessas profissionais e nas pessoas que precisam do acesso aos direitos. E é evidente, que queremos que o governo federal anterior seja punido pelo desmonte criminoso do SUAS, do SUS, da Educação, dos Direitos Humanos e de outras áreas. Por tudo isso, não é normal que trabalhadoras façam das tripas coração para operacionalizar o SUAS, por isso, é urgente que aprendamos a reivindicar, a não tolerar cortes de gastos como a EC 95, que seja inaceitável que uma equipe de CRAS seja responsável pelos três serviços da Proteção Social Básica e que ainda façam serviços de proteção especial; é impossível que uma equipe do PAEFI seja responsável por todos os Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade e que muitas vezes ainda responde pela Alta Complexidade. Que seja inaceitável que uma dupla de profissionais seja responsável por todas as modalidades de acolhimento institucional. Por fim, minha chuva de ideias sobre o tema da 13ª

O MDS REESTREOU, MAS E O SUAS?

O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) não existirá com um golpe. Constatação que eleva a luta e a cobrança pela anistia como pautas constantes até as sombras do fascismo se dissiparem a ponto de não mais ameaçarem semeaduras inteiras de um futuro necessário e urgente para o Brasil. Assine a petição: CLICA AQUI Contudo, há um novo governo assegurando movimentos acelerados desde antes mesmo da posse – o restabelecimento da democracia tem pressa! Podemos lembrar dos discursos do Lula após a vitória nas eleições. Assim, defendo que cabe lugar para cobrar divulgações do MDS com ações que acenem para o SUAS em toda a sua grandeza, não acentuando somente o programa de transferência de renda e as articulações com os demais setores para enfrentar a fome – vale ressaltar que isso não é diminuir em nenhum tom a importância do que está sendo feito a respeito dessas pautas. A questão é que o SUAS é muito maior do que o que já foi mostrado, tanto na posse do ministro quanto nos dias seguintes. Meu pesar é que enquanto os demais ministérios correm para recuperar o descaso político e cultural sobre seus campos, a Assistência Social, através do MDS, ainda não comunicou ou fez aparecer o tamanho do SUAS de forma mais categórica. Creio ser importante porque o SUAS é um sistema gigante por duas vias, de um lado, a grandeza pela oferta de proteção social por meio dos serviços socioassistenciais, vislumbrando a integração com os programas e benefícios. Do outro, o sucateamento dos serviços e a desmedida precarização das condições de trabalho e dos vínculos trabalhistas. São mais de 600.00 trabalhadoras(es) do SUAS, mas diante de uma eventual exaltação desse contingente, lanço um questionamento: quantas trabalhadoras o seu município precisaria ter para dar conta de responder às situações de desproteção social? A precarização é tanta que é bem possível que uma parcela ínfima dos municípios saiba o tamanho das desproteções sociais que precisam enfrentar e garantir atendimento em tempo certo. Tais realidades precisam ser expostas e debatidas.   Portanto, que o MDS (como é bom escrever MDS novamente!) possa garantir visibilidade e propostas contundentes para que os CRAS, CREAS, CENTRO-POP e demais unidades, não sejam mencionadas na mídia só como endereços para cidadãos buscarem abrigo para assuntos genéricos. A Assistência Social é um dispositivo robusto que precisa ser falado e cuidado na sua concretude. Assista a posse que ocorreu no último dia 02: Para quem assistiu as falas durante a posse: