O saber é circular e está em toda forma de expressão

Meus amados colegas e leitores, vocês viram meu nível de expectativa para participar do II Encontro das Psicólogas (os) de Minas Gerais no último Post. Pois é, hoje venho compartilhar as fotos do evento e dizer que eu sobrevivi e ainda tive a honra de estar com a Simone Albuquerque! Sabe aquela história de quando está bom pode melhorar? foi assim que eu me senti! 😉 Vocês já sabem o quanto sou agradecida pelas oportunidades de encontros com colegas do SUAS e por cada desafio! Esse evento foi mais um desafio e mais uma oportunidade de (re)encontrar com pessoas que significam muito na minha formação com o Blog e na minha prática. (depois vou fazer um Post sobre gratidão, generosidade e humildade, aí vocês vão entender melhor porque estas situações são tão significativas pra mim). Carlos Denis, Obrigada! Foi um prazer conhecê-lo. Eu, Márcia Mansur, Débora Akerman e Simone Albuquerque ! Que alegria estar com vocês e poder conhecer a Simone! grata pelo presente 🙂 A felicidade do reencontro! Com Érica Rocha Comunicar, mobilizar – afetAÇÂO Participação linda e tão importante! Mostrando o quanto é importante esses espaços para reflexões e troca de experiência! A vocês, meus companheiros de jornada, sou imensamente grata por estarem comigo aqui e por me darem feedback ao vivo! Saibam que vocês me ajudam muito mais! Os sonhos são nossos, mas eles só se realizam com e pelos outros! Uma vez realizado, conhecemos seu start, mas nunca seu ponto final. Por isso sonho todos os dias e em cada realização vou mantendo-os vivos, mas transformados! Quero dizer que o Encontro foi uma demonstração da arte de fazer falar, escutar, dialogar e de se comunicar verdadeiramente com um grupo. Parabéns ao CRP-MG (À Comissão de Psicologia e Política de Assistência Social do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais – ) pelo formato do evento! O saber é circular e está em toda forma de expressão #gratidao Por fim, um poeminha suscitado por essa experiência. Nem vou me acanhar, porque a culpa dele é toda de vocês 🙂 MINHAS GERAIS Minas, minha escola Gerais, me tornei psicóloga Minas, poder te visitar Gerais, para poder dialogar Minas, uma simples chuva Gerais, falar de cultura, Minas, um pão de queijo Gerais, contribuir com a psicologia, desejo! Minas, tenho que partir Gerais, mas saio a sorrir Minas, espero voltar Gerais, para a mudança introjetar
II Encontro Mineiro de Psicólogas e Psicólogos do SUAS

Acontecerá na próxima Sexta-feira (26/02) o II Encontro Mineiro de Psicólogas e Psicólogos do SUAS: Conversações sobre o cotidiano. Evento organizado pelo Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais através da Comissão de Psicologia e Política de Assistência Social do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais. O evento compõe a agenda preparatória para o Congresso Regional de Psicologia/MG, uma das etapas para a realização do CNP 2016. Eu estou radiante pela oportunidade de dialogar com as psicólogas de Minas a convite da Comissão. Voltar ao Estado onde me tornei psicóloga (me formei em Barbacena – UNIPAC/2008 <3 ), para falar sobre a minha prática, me traz um sentimento de responsabilidade e de imensa gratidão pelos caminhos que escolhi percorrer ainda na graduação. Gratidão também pelas gentes que encontro virtualmente e que tem a cada dia tornado presencial! (neste evento, em especial: Déborah Akerman , Carlos Denis e a Márcia Mansur pela direção permitida e apontada em 2013). Espero que seja um evento proveitoso para todas e todos e que eu possa encontrar/ conhecer muitos profissionais leitores do Blog 😉 Se é possível obter água cavando o chão, se é possível enfeitar a casa, se é possível crer desta ou daquela forma, se é possível nos defender do frio ou do calor, se é possível desviar leitos de rios, fazer barragens, se é possível mudar o mundo que não fizemos, o da natureza, por que não mudar o mundo que fazemos, o da cultura, o da história, o da política? Paulo Freire, 2000 Até breve!
Estatuto da Pessoa com Deficiência: Lei Brasileira de Inclusão

O Estatuto da Pessoa com Deficiência – Também chamada de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – LBI, foi sancionada em Julho de 2015 e entrou em vigor em Janeiro de 2016. Os serviços para PCD no SUAS ainda não estão tão implementados, principalmente nos municípios de médio e pequeno porte a oferta desses serviços ainda é pontual e não tem ainda uma agenda contínua de ações e nem estão reorganizados para dar conta física e tecnicamente das demandas. Mas este Post têm a intenção de divulgar a LBI e alguns links para aprofundarmos neste assunto e entender que este Estatuto trará maior visibilidade e urgência no aprimoramento e expansão dos serviços, no âmbito do SUAS e nos demais setores públicos e privados. A Proteção Social Básica é responsável pela oferta de 03 Serviços, PAIF, SCFV e o Serviço da PSB no DOMICÍLIO para pessoas com deficiência e idosas. Este último é pouco implementado (nas pequenas e/ou médias cidades que já visitei não se tem este serviço implantado e há uma dúvida de como ele funcionaria, já que não se especifica qual equipe faria isso, se é a mesma do PAIF, porque ele é denominado como um serviço? e outra questão é o numero insuficiente de trabalhadores), o que é mais comum são atividades pontuais com as pessoas com deficiência no PAIF, ou algumas tentativas de priorizar os beneficiários do BPC, mas ainda com dificuldades de alcance no território e da vigilância para saber quem são e onde estão essas pessoas, bem como quais são suas necessidades. Na Proteção Social Especial também têm serviços, na média e alta complexidade, mas segue a realidade da PSB se ainda não tem implantado os Centro-dia e/ou Residências Inclusivas. Sobre a falta dos serviços vale lembrar que os CREAS estão presentes nos Municípios com mais de 20.ooo hab. (salvo aqueles Municípios que aderiram a regionalização dos serviços) – assim como é com os serviços da alta complexidade, os quais também precisam ser regionalizados. Centro-dia de referência: O Centro-dia é uma unidade do SUAS que oferta o Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência e suas Famílias. Este serviço é voltado às pessoas com deficiência que, devido à situação de dependência de terceiros, necessitam de apoio para a realização de cuidados básicos da vida diária, como os auto cuidados, arrumar-se, vestir-se, comer, fazer higiene pessoal, locomover-se e outras, e também de apoios para o desenvolvimento pessoal e social, como levar a vida da forma mais independente possível, favorecendo a integração e a participação do indivíduo na família, no seu entorno, em grupos sociais, incentivo ao associativismo, dentre outros apoios. (Fonte: MDS) LEIA todas as orientações AQUI (em Perguntas Frequentes) Sobre o Serviço de Acolhimento Institucional: Residências Inclusivas Leia AQUI Na teleconferência do MDS realizada em Setembro de 201 (já após sanção da LBI) tanto a Secretária Nacional, Ieda Castro, quanto as demais técnicas presentes, falaram sobre a importância de reordenar os serviços paras as PCD no SUAS, bem como implantar e implementar os Centro-Dia e as Residências Inclusivas. Veja Teleconferência do MDS: Debate o direito de pessoas com deficiência e suas famílias à assistência social – concepções e desafios perante a Lei Brasileira de Inclusão (LBI). Leia a reportagem da EBC Por Victor Chagas ( Agência Brasil) que destaca algumas mudanças importantes com a LBI. Entra em vigor neste sábado (2) o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que traz regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades dos deficientes com o objetivo de garantir a essas pessoas inclusão social e cidadania. A nova legislação, chamada de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, garante condições de acesso a educação e saúde e estabelece punições para atitudes discriminatórias contra essa parcela da população. Hoje no Brasil existem 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. A lei foi sancionada pelo governo federal em julho e passa a valer somente agora, 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União. Menos abusos Um dos avanços trazidos pela lei foi a proibição da cobrança de valores adicionais em matrículas e mensalidades de instituições de ensino privadas. O fim da chamada taxa extra, cobrada apenas de alunos com deficiência, era uma demanda de entidades que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência. Quem impedir ou dificultar o ingresso da pessoa com deficiência em planos privados de saúde está sujeito a pena de dois a cinco anos de detenção, além de multa. A mesma punição se aplica a quem negar emprego, recusar assistência médico-hospitalar ou outros direitos a alguém, em razão de sua deficiência. Veto Um trecho que foi vetado pela presidenta Dilma Rousseff na época de sua sanção, porém, gerou críticas. O projeto de lei aprovado pelos parlamentares obrigava empresas com menos de 100 funcionários a contratarem pelo menos uma pessoa com deficiência. Atualmente, a obrigação vale apenas para as empresas com 100 trabalhadores ou mais. O veto foi considerado pela deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), relatora da proposta na Câmara, uma “perda irreparável”. Cotas De acordo com o estatuto, as empresas de exploração de serviço de táxi deverão reservar 10% das vagas para condutores com deficiência. Legislações anteriores já previam a reserva de 2% das vagas dos estacionamentos públicos para pessoas com deficiência, mas a nova lei garante que haja no mínimo uma vaga em estacionamentos menores. Os locais devem estar devidamente sinalizados e os veículos deverão conter a credencial de beneficiário fornecida pelos órgãos de trânsito. A legislação exige também que 10% dos dormitórios de hotéis e pousadas sejam acessíveis e que, ao menos uma unidade acessível, seja garantida. Mais direitos Outra novidade da lei é a possibilidade de o trabalhador com deficiência recorrer ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço quando receber prescrição de órtese ou prótese para promover sua acessibilidade. Ao poder público cabe assegurar sistema educacional inclusivo, ofertar recursos de acessibilidade e garantir pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, de acordo com a lei. Para escolas inclusivas, o Estado deve oferecer educação bilíngue, em Libras como primeira
Grupo de Estudos em Rede sobre o SUAS – GERE

Oi pessoal, divulgo para vocês um projeto muito especial de trabalho. Na semana passada divulguei na nossa fan page e no Consuas e muitas pessoas se interessaram, o que me deixou profundamente animada, por isso agora eu apresento a vocês as orientações quanto ao funcionamento do grupo e espero ter vocês juntos comigo nesta empreitada. Obrigada por vocês me inspirarem sempre! Conheça as razões da criação e as vantagens de participação no Grupo de Estudos em Rede sobre o SUAS Milhares de profissionais do SUAS ainda não tiveram a oportunidade de realizar capacitações na área e outros milhares já realizaram pelo CapacitaSUAS ou por capacitações privadas. Mas mesmo estes que já realizaram capacitações se veem no dia a dia sem uma agenda contínua de qualificação porque a operacionalização objetiva e imediata das ações ocupam a maior parte do tempo. Portanto, na correria para dar conta das infinitas tarefas dos serviços, o tempo para estudos e estudos de casos são raros ou pontuais. E nesse imbróglio os trabalhadores acabam não dominando os objetivos, os princípios e as diretrizes da Política e Serviços nos quais estão diariamente dispondo equivocadamente sua energia. Há os casos em que os profissionais já têm um domínio maior, mas ainda é necessário discutir em coletivo o que propõe a política e como ela poderá ser materializada, ou modificada segundo a realidade de cada região. Outro ponto incentivador para a formação deste grupo é a constatação feita após algumas avaliações de profissionais que participam de capacitações e muitas vezes se queixam que não veem muita informação nova e que já estão ‘cansados’ de rever as questões propostas nos cadernos e normativas. Porém, minha experiência demonstrou que muitos profissionais conhecem fragmentos dos documentos e que por consequência disso tem uma interpretação equivocada sobre alguns pontos que são decisivos na implementação e qualificação da oferta dos serviços – recortes de Legislação e cadernos temáticos, demonstrados através de Slides, não significam muito se o participante não considerar a leitura e estudos dos documentos. Assim, torna-se relevante a proposição de uma rede capaz de possibilitar uma leitura sistemática, reflexiva e crítica acerca desses materiais, facilitando a aquisição de ferramentas para melhorar o trabalho e quem sabe até transformar a própria política. Esta proposta também cria condição flexível e acessível para os profissionais que muitas vezes se sentem sem estímulos e sozinhos quanto aos seus sonhos e objetivos de qualificação profissional – por ex.: para aqueles profissionais que almejam concurso público e para aqueles que querem aprimorar o conhecimento mas não têm espaço para isso na rotina de trabalho e estudos. O conhecimento não entra na sua vida sem a sua permissão, então o meu convite é a você que quer adquirir, aprimorar ou contribuir com um grupo, também disposto a repensar, diariamente, a sua prática. Objetivos do GERE Promover a leitura reflexiva e a análise crítica acerca dos objetivos e diretrizes da Política Nacional de Assistência Social e dos serviços ofertados pelo SUAS, e de demais Políticas Nacionais de área afins; Facilitar a interação e troca de experiências entre diversos profissionais que atuam no SUAS em diferentes regiões do País; Colaborar nos estudos de profissionais interessados em concursos públicos na área de Assistência Social. Elaborar e publicar textos críticos acerca dos documentos que norteiam a materialização dos serviços do SUAS juntamente com os participantes do grupo que se interessarem pela produção. Público Alvo • O Grupo de estudos é destinado a todos os profissionais que atuam no SUAS QUER PARTICIPAR? Preencha o Formulário de inscrição [googleapps domain=”docs” dir=”forms/d/1sezuxr3xnu60Cf9HAYks4DpSakkENSP1JVlmnuy0uBA/viewform” query=”embedded=true” width=”760″ height=”500″ /] Contato: rozana@consuas.com.br
Cartilha sobre A Psicologia e a população em situação de rua

O Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais – CRP04 lançou recentemente a Cartilha A Psicologia e a população em situação de rua: Novas propostas, velhos desafios/2015. A cartilha é resultado da pesquisa “Atuação profissional de psicólogas e psicólogos em políticas para a população em situação de rua”, realizada pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop). De acordo com o CRP-MG o objetivo deste estudo é compreender a inserção do psicólogo nas políticas públicas para a PSR no âmbito do estado de Minas Gerais. Para que isto seja possível recorremos aos dados colhidos pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop),unidade do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), na pesquisa “Atuação profissional de psicólogas e psicólogos em políticas para a população em situação de rua”. Especificamente, são utilizadas informações relativas ao mapeamento, aos três grupos de discussão – dois deles contaram com a participação de outros profissionais além do psicólogo – e às três entrevistas com psicólogos. Buscamos identificar as práticas utilizadas por esses profissionais e os aspectos contextuais que as possibilitam, viabilizando uma análise crítica sobre o fenômeno. CLIQUE para BAIXAR a CARTILHA A Psicologia e a População de Rua A psicologia e a população em situação de rua : novas propostas, velhos desafios. Conselho Regional de Psicologia Minas Gerais (CRP-MG), organizador. -Belo Horizonte : CRP 04, 2015.87 p. BOA LEITURA! 🙂 Acompanhe o Blog também pelo Facebook, clique AQUI
Novo Caderno de Orientações PAIF e SCFV

Para afinar ainda mais os serviços PAIF e SCFV, o MDS/SNAS lançou mais um caderno de orientações. Neste, o objetivo é discorrer sobre a importante e necessária articulação entre os serviços na PSB. De acordo com o MDS/SNAS, o presente documento pretende contribuir para as discussões acerca da organização e operacionalização do PAIF e do SCFV, fornecendo elementos para que gestores municipais e equipes da proteção social básica atuem conforme os conceitos e diretrizes estabelecidos nas normativas vigentes (grifo). Com esse intuito, o material está estruturado em dois eixos: a gestão territorial e a execução dos serviços (MDS,2015). É um documento com linguagem bem direta e didática quanto aos principais pontos da execução destes serviços, retomando questões dos cadernos já publicados pelo MDS. Vou ler tudo e tirar mais impressões. Mas considerando as nossas discussões nos debates ao vivo, já considero uma publicação pertinente porque poderá elucidar muitas dúvidas . BAIXAR – MDS – Caderno de Orientações -Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família e Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos: Articulação necessária na Proteção Social Básica. MDS, 2015. ou baixe pelo Site MDS. Boa leitura e bons estudos! 🙂
Funções da coordenação das unidades do SUAS

VERSÃO REVISTA, CORRIGIDA E ATUALIZADA EM JANEIRO DE 2021 [i] Problematizar e propor reflexões sobre os “bastidores” das funções do profissional que ocupa o cargo de coordenação nas unidades que ofertam os serviços socioassistenciais são os objetivos deste texto. As atribuições deste cargo nos CRAS, CREAS, Centro pop, unidades de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes, idosos e os demais públicos, estão elencadas em todos os cadernos de orientações técnicas das respectivas unidades – se você não conhece ou quer rever, veja o anexo deste texto. Quanto ao cargo e sua ocupação O cargo de coordenação está previsto na Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social – NOB/RH-SUAS 2006. A(o) profissional que exerce esse cargo compõe a equipe das unidades e deve ser, assim como os demais trabalhadores, concursada(o). Este é um ponto central, porque ao regulamentar a composição da equipe, o SUAS aponta as diretrizes para a desprecarização dos vínculos trabalhistas e visa romper com a rotatividade de profissionais, descontinuidade dos serviços e com campos fluídos dotados de interesses meramente políticos e pontuais. No entanto, passados dez anos do Sistema Único de Assistência Social – SUAS e algumas atualizações na Legislação e nos marcos legais – como Exemplo: Resolução CNAS nº 17/2011 e NOB/RH-SUAS comentada, o cenário é ainda carregado da velha política e do despreparo técnico daqueles à frente da Assistência Social nos Municípios. Acredito que a forma de admissão é a gênese de muitos problemas na composição das equipes. Não pretendo me alongar neste ponto, mas acho interessante ilustrar este parágrafo com trechos de duas Leis Municipais (disponíveis na internet) que cria, equivocadamente, os cargos de coordenação do CRAS E CREAS: O profissional que coordena uma unidade na rede socioassistencial é equipe técnica! Eu estou evidenciando aqui, sobretudo, os aspectos éticos e os desafios quanto ao relacionamento interpessoal para que seja trabalhado o surgimento e manutenção do trabalho ético político das equipes do SUAS, e mais uma vez, a coordenação não é cargo político, é técnico. Assim, quero recorrer a trechos da NOB/RH-SUAS Anotada e Comentada que foi elaborada pela Stela Ferreira em 2011. AS equipes de referência para os Centros de Referência da Assistência Social – CRAS [válido também para as demais unidades socioassistenciais] devem contar sempre com um coordenador, devendo o mesmo, independentemente do porte do município, ter o seguinte perfil profissional: ser um técnico de nível superior, concursado, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais. Considerando que as equipes de referência são compostas por diferentes categorias profissionais, do ponto de vista da gestão do trabalho, a coordenação do CRAS [válido também para as demais unidades socioassistenciais] fomenta o trabalho articulado entre os profissionais, estimulando a troca de conhecimentos e a produção de novos saberes. Ao mesmo tempo, reconhece as necessidades de capacitação e formação continuada da equipe que coordena com vistas a superar dificuldades e melhorar a qualidade dos serviços. (NOB/RH-SUAS Anotada e Comentada, pág.31). A qualidade técnica dos serviços ofertados e a persistente caminhada nos trilhos da Política Nacional de Assistência Social e ao da ética, estão atreladas ao desempenho do coordenador, e como esta compreensão desencadeou este texto, vou me ater mais a estes aspectos, ou seja, às habilidades técnicas e interpessoais do profissional que exerce o cargo de coordenação no SUAS. De quais formações podem ser estes profissionais? A Resolução CNAS 17/2011 cita nove categorias que poderão compor a gestão do SUAS: Assistente Social; Psicólogo; Advogado; Administrador; Antropólogo; Contador Economista; Economista Doméstico; Pedagogo; Sociólogo e Terapeuta ocupacional (CNAS, Art.3º) – recorrer a esta resolução evitará que gestores elaborem Editais (quando elaboram e há concurso ou processo seletivo temporário) e estabeleçam que apenas pedagogos ou administradores, por ex., poderão pleitear a vaga de coordenador. A gestão do trabalho, se bem implementada, será a grande aliada do gestor ao definir a (s) categoria (s) necessárias para as demandas locais, de acordo com o que já está regulamentado, para cada cargo de gestão na efetivação do SUAS no Município. Responsabilidades e compromissos qualitativos inerentes ao cargo Uma porcentagem significativa das fragilidades operacionais, técnicas e interpessoais enfrentadas pelos profissionais do SUAS carecem de intervenções por parte do coordenador – muitas vezes, as consequências de sua falta de habilidade/perfil para o cargo é que agrava a situação no campo de trabalho. Tenho inúmeros exemplos reveladores dessas situações (contatos via e-mail; supervisões técnicas e outras experiências, como a que relato a seguir: Em uma palestra realizada no VI Encontro de Gestores Municipais da Assistência social da Bahia, onde eu e mais duas profissionais proferimos sobre “Teorias e práticas no SUAS: reflexões e desafios para a atualidade”[iii] experenciei desdobramentos desses problemas. Ao longo do debate, após algumas perguntas, eis que surge uma bem afoita e direta: “os que vocês têm a dizer quando o trabalho não acontece porque as duas profissionais, assistente social e psicóloga, nem se falam”? a reação da plateia foi entre “dar de ombros”, burburinhos e alguns risos, como se dissessem: quem é essa soltando essa pérola aqui? Eu entendi que a pergunta dessa profissional tinha todo sentido. Mas a mesa também tratou de adiantar os pontos e dizer bem educadamente que ali não era lugar para tratar dessas questões rotineiras. Pelo andar da hora, foi impossível retomar a palavra e acho que se tivesse a oportunidade eu não teria falado algo significativo, tamanho meu sobressalto pela reação da plateia e da mesa. O que me fez pensar que a proposta da discussão talvez não tivesse alcançado o esperado. Mas o ato de fazer a pergunta pode suscitar alguma solução para aquela profissional, porque refletir sobre o trabalho ela já estava se permitindo fazer! Refleti o quanto aquela pergunta era reveladora das consequências da precarização dos vínculos trabalhistas e das relações de trabalho no dia a dia. Uma pena que ela não foi escutada e nem teve a fala valorizada. Este exemplo ajuda na reflexão e acentua que a coordenação, além dos desafios teóricos, metodológicos e operacionais/administrativos inerentes ao cargo, a habilidade para gerir pessoas
Feliz Natal e um 2016 incrível!

Os meus votos de felicidade, paz e realizações para este Natal e para o Ano Novo são para todos que passaram por aqui, a todos que eu tive a alegria e a honra de conhecer e experenciar algo novo e incrível neste ano de um trabalho novo, ousado e com muitos aprendizados para a minha vida profissional e pessoal. O ano para a Assistência Social foi cheio de desafios. Vimos que nossa luta diária, a defesa dos direitos sociais, civis e políticos deve ser constante, pois a todo momento há o perigo de retrocesso nas conquistas alcançadas em lutas não muito antigas . A iminência desse retrocesso, a desumanidade na violação dos direitos, com grande esforço para banalizar ou invisibilizar os graves fenômenos provenientes da desigualdade social e a precariedade dos vínculos trabalhistas e das condições de trabalho enfrentados pelos trabalhadores do SUAS, muitas vezes parecem como barreiras intransponíveis na rotina de trabalho. Assim, o descrédito e a falta de forças para permanecer construindo algo que seja realmente capaz de mudar um contexto social foi muito vivenciada pelos profissionais do SUAS e por mim. Contudo, este Blog, o meu trabalho com o CONSUAS e todos os encontros que ele me propiciou, assim como os encontros nos Hangouts e Debate Online, me deram combustível para continuar. E considerando todos os retornos que recebi, tudo isso também foi o combustível e o lugar de acolhimento para muitos profissionais. Encontrei, experenciei, escutei, percebi, supervisionei e foi encantador testemunhar o quanto de profissionais, que apesar das dificuldades, se comprometem a construir escadas para transpor essas barreiras e estão, de fato, pelo trabalho – pela política de Assistência Social e não apenas por um emprego ou até que consiga outra área para atuar. A vocês, minha gratidão por toda vivência e convivência neste ano e que em 2016 possamos continuar com coragem e forças para lutar por uma política e um trabalho que valham a pena, para nós e para os usuários! Feliz Natal e um 2016 incrível para os profissionais do SUAS, leitores do Blog, os mais incríveis! 😉 Até 2016! 🙂
O Trabalho Intersetorial no SUAS será tema do IV encontro online

Oi pessoal, dando continuidade a nossa agenda de encontros online, realizaremos o IV encontro na próxima Segunda-Feira, dia 30/11, às 20:00h. Neste encontro discutiremos o Trabalho intersetorial no SUAS conforme escolha do nosso grupo* Estarei ao vivo para responder algumas perguntas e conversar sobre este tema. Quer participar? se inscreva abaixo através do formulário (você receberá os links da transmissão e do grupo do Facebook* por e-mail) – ATENÇÃO ao digitar seu E-mail pois muitos voltam devido a erros ao informá-lo. Se você quiser uma participação mais ativa veja como fazer: 1 – Se inscreva no Canal no Youtube para poder /sugerir/comentar e/ou fazer perguntas (no dia do evento bastará fazer login para participar); Link do Canal: AQUI 2 – Quer entrar ao vivo? basta enviar um e-mail para (psicologianosuas.com.br) dizendo do interesse em participar (com áudio e vídeo) que farei o convite no início do evento – Este formato garante um debate mais dinâmico e contempla melhor a diversidade de ideias e experiências, o que consequentemente enriquecerá os nossos encontros. VAMOS AO FORMULÁRIO! *Como as perguntas realizadas durante a transmissão e o vídeo não ficam disponíveis após o evento, achei interessante criar um grupo “exclusivo” no Facebook para os participantes deixarem perguntas e comentários sobre o tema dos encontros. Além de ser um local de continuidade do debate entre nós. Até lá! Espero vocês 🙂
Grupo de estudos e educação permanente no SUAS: a experiência do Geccats

Há um tempo queria dividir com vocês a experiência de um trabalho realizado pela Diretoria Regional de Assistência e Desenvolvimento Social – DRADS, o qual tive a honra de conhecer pessoalmente no Estado de São Paulo ( Regional de Franca que abrange 23 Municípios*). Trata-se do Grupo de Estudo e Capacitação Continuada de Trabalhadores do SUAS – GECCATS, tendo como objetivo a formação continuada dos trabalhadores de proteção social básica propiciando um relevante espaço de trocas de experiências e reflexão acerca dos marcos legais, documentos de orientação, serviços e práticas do SUAS. Quem mora no Estado de São Paulo conhece mais de perto as peculiaridades e entraves que dificultaram e ainda dificultam a implementação do SUAS, contudo o que esse grupo propõe demonstra que diante dos atravessamentos pode-se continuar caminhando e fazendo um trabalho alinhado com os preceitos de uma política pública visando romper o assistencialismo, alicerçando-a como direito. Esta postura e alinhamento com a PNAS vocês poderão observar ao ler os dois textos (disponibilizados abaixo) que dissertam sobre a experiência do GECCATS. Eu tive a honra de conhecer esse trabalho de perto ao ser convidada para ministrar uma oficina sobre o PAIF e sua relação com o SCFV. Eu fiquei encantada mesmo, pois poder aliar trabalho e vivência de práticas verdadeiramente relevantes te enchem de esperança e confiança – o que não é pouco, considerando o cenário de lutas pela asseveração constante da assistência social como direito. O Estado de São Paulo através da DRADS ainda não destina recursos para a realização dos encontros (o que vocês podem conferir nos artigos) e no meu ponto de vista a proposta ainda não foi acatada como uma agenda, pois os 23 Municípios participantes se organizam entre eles com as técnicas da DRADS para organizarem os encontros. Obviamente se este trabalho fosse acolhido como agenda de gestão de trabalho, poderia ser estendido para outras regionais e para a proteção social especial. O que seria fantástico! – leia mais sobre isso nos artigos, pois a DRADS apoia, cede o espaço e coordenada os encontros junto com uma comissão formada pelos Municípios. Grupo de estudos e educação permanente no SUAS Quem ganha com isso? Os cidadãos que utilizarão de serviços mais assertivos, os quais poderão fazer alguma diferença na vida deles e os trabalhadores e gestores do SUAS, porque nada mais desmotivante e precário do que realizar trabalho onde não se sabe o que está fazendo, pra quê e pra quem. Sebe aquela máxima ou clichê, “Cuidar do cuidador”? Não aceitem qualquer coisa sem antes olhar para o seu lado e identificar se tem algo parecido com a proposta do GECCATS ou de outros formatos de Grupo de estudos e educação permanente. No artigo* a seguir, vocês encontrarão o que é o GECCATS, como ele foi formado, objetivos e metodologia de trabalho. Espero sinceramente que esta experiência possa inspirar outras tantas nos mais diversos cantos do nosso Brasil! Meus agradecimentos e parabéns (mesmo que tardios por aqui) ao GECCATS e a todos os Municípios presentes por proporcionarem uma experiência tão primorosa! em especial a Tatiana Roberta Borges Martins e a Renata Fernandes 🙂 – Grata também aos leitores do Blog, os quais tive a honra de conhecer, dialogar mais de perto e refletir sobre os trabalhos do SUAS e minha prática! ARTIGO GECCATS: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA PARA TRABALHADORES DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: Autoras: Jandira de Almeida Ramos; Renata Fernandes; Talismara Guilherme Molina e Tatiana Roberta Borges Martins. BAIXAR Algumas fotos da Oficina “A utilização do Plano de Acompanhamento Familiar no contexto do PAIF e as especificidades deste serviço em relação ao SCFV” *Municípios que compõem a DRADS Franca (Aramina, Batatais, Buritizal, Cristais Paulista, Franca, Guará, Igarapava, Ipuã, Itirapuã, Ituverava, Jeriquara, Miguelópolis, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Patrocínio Paulista, Pedregulho,Restinga, Ribeirão Corrente, Rifaina, Sales Oliveira, São Joaquim da Barra e São José da Bela Vista). **Artigos disponibilizados por Renata e Tatiana (DRADS) – Assistentes Sociais, Servidoras Públicas na Secretaria de Desenvolvimento Social do estado de São Paulo e integrantes da coordenação do GECCATS.