Eunápolis, 18 de Maio de 2019

Às queridas crianças, adolescentes e adultos (especialmente meninas e mulheres)

Resolvi escrever esta carta motivada pela data de hoje a qual marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e principalmente pelas dezenas de comentários que foram deixados em um vídeo (com mais de um milhão de visualização) sobre violência sexual no Canal do Blog Psicologia no SUAS no Youtube. Fiquei pensando em como poderia ajudar vocês, ou melhor, como conversar com vocês. Optei pela carta através do blog porque posso alcançar mais pessoas. Eu escrevo como mulher e como psicóloga. Como mulher quero dividir com vocês meus episódios de violência sexual porque vi que muitas meninas (meninos também) sofrem caladas e espero que meu depoimento encoraja vocês a falarem, a buscarem ajuda. Como psicóloga vou falar tentando alcançar, além de vocês, um responsável familiar ou alguém a quem vocês mostrarão esta carta porque confia muito nessa pessoa. Como psicóloga já escutei experiências absurdamente graves, dolorosas e traumáticas. Meninas ou mulheres com intenso sofrimento psíquico diante de uma violência sexual por atos libidinosos e meninas/mulheres que lidaram sem desenvolver transtornos mesmo diante de passar anos sendo vítima de estupro. Mas há vários pontos em comum entre todas: sofrimento; culpa; dificuldade de relacionamento; insegurança e sobretudo, o silêncio. Eu fui “salva” ao quebrar o silêncio – é por isso que estou escrevendo, para dizer que é preciso falar, contar para alguém. Eu sei, vocês têm medo, têm medo de alguém não acreditar ou de alguém que vocês gostam muito se machucar, mas é preciso falar – alguém vai acreditar em vocês: tente uma, duas vezes ou mais se precisar, mas FALE, ESCREVA, GRITE! Eu também sei que tem grandes chances de que quem está te violentando é conhecido da sua família, um tio/a, primo/a, padrasto/madrasta, ou o próprio pai, mas sei também que ao guardar todo o sofrimento você vai ficar tão abafado, tão triste que você pode não conseguir viver alegre nos momentos de alegria e nem conseguir entrar, lidar e sair de tantos outros momentos tristes da vida. Às vezes se acumulam tanto que você sofre sem saber porque está sofrendo. O tempo vai passando e você pode até esquecer que foi vítima de violência, mas para muitas pessoas isso significa um mal tão grande que fará você lidar de maneira estranha e problemática com a sua vida e com as pessoas em sua volta. Se vocês estão lendo com atenção, já devem estar interessado em saber porque eu disse acima que FALAR sobre a situação me salvou. Vamos lá, estou pronta para te contar como passei pelas situações de violência sexual.

O que já aconteceu comigo

As primeiras situações de abuso sexual ocorreram quando eu era muito pequena, minha irmã tem as memórias sobre os fatos mais preservadas, mas sei que ao ir para escola éramos surpreendidas por um rapaz que se masturbava enquanto passávamos e segundo ela isso acontecia com frequência com outras garotas e ninguém do distrito fazia ou fez nada. Outra situação ocorreu quando íamos levar almoço para meu pai (zona rural) e um rapaz (colega de trabalho do meu pai) surpreendeu a mim e minha irmã nos expondo os genitais. Corremos de volta para casa e contamos para nossa mãe. Minha mãe acreditou imediatamente na gente, pegou o almoço e obrigou meu pai a se a ver com o rapaz. Enquanto escrevo sobre isso vou me recordando de detalhes e agora sei que ao ver como minha mãe lidou com essa situação, me fez ter coragem de contar a ela sobre a mais grave e marcante violência sexual que sofri e que vou contar depois dessa seguinte que foi por volta de 10 anos, onde eu estava dormindo na casa de um tio e mesmo dormindo na mesma cama com minha prima adulta, eu acordei a noite com alguém me passando a mão (era muito escuro e eu não consegui gritar, mas me mexia e aquilo ia embora, mas retornou e quando me movimentei mais bruscamente fiquei livre o restante da noite) sempre achei que fosse um dos primos meninos, mas relembrando agora, parece que foi minha prima, não parece? Olha como é incrível a nossa capacidade de rememoração! Passados 2 ou 3 anos eu fui vítima novamente. Dessa vez a família toda ficou sabendo. Um primo, adulto, trabalhava com meu pai, foi em minha casa em horário que eu estava sozinha e pediu algo como desculpa para estar comigo, ao entregar o objeto ele agarrou os meus seios e ficou tecendo palavras eróticas e fazendo planos para ficar comigo. Eu xinguei e corri. A única coisa que eu queria fazer era contar para minha mãe. Ele não podia continuar como o cara bacana e assim eu correr riscos na próxima vez que estivesse com ele. Minha mãe chegou em casa e logo contei a ela. E foi incrível que ela me respondeu agradecendo por eu ter contado a ela e que daria um jeito de conversar com ele, mesmo meu pai não querendo. Quando o primo chegou para jantar, minha mãe logo abordou o assunto. Eu ouvi tudo do quarto. Eu estava estarrecida ainda e com muita vergonha. A reação dos meus irmãos já não lembro mais, mas lembro da incredulidade da minha irmã e por incrível que pareça ela foi me perguntar se aquilo realmente aconteceu quanto já éramos adultas – e hoje sei que poderíamos ser muito mais próximas na adolescência se ela tivesse acreditado em mim naquela época. Hoje conversamos sobre isso e estamos muito bem! Minha mãe esculachou meu primo, sei que pediu desculpas e se retirou. Vejam só: a maneira que minha mãe lidou com o abuso que sofri fez toda a diferença – por isso tem que FALAR! (sei que você pode não ter uma mãe como a minha, mas alguém vai acreditar em você e fazer a diferença na maneira como você vai lidar com o problema). Até hoje sinto a sensação da minha mãe me defendendo e acreditando em mim. Foi tão potente que considero que foi isso que me salvou de todas as outras vezes em que fui assediada sexualmente, em todas elas tive que agir sozinha. Mas se eu consegui foi porque minha mãe me fez acreditar e compreender que o corpo de uma mulher pertence a ela, somente a ela. Ainda, antes dos 14 anos, sofri outro abuso com tentativa de beijo a força por um servidor público enquanto me levava para uma consulta e vários outros episódios de assédio sexual no trabalho (em todos os meus trabalhos da adolescência e jovem adulta sofri assédio sexual). Em TODOS eles, em dua casas – fui empregada doméstica dos 15 aos 17, como vendedora numa loja (dos 17 aos 22) e depois como auxiliar de escritório na assessoria jurídica de uma autarquia. Eu considero que fui capaz de romper o medo e me posicionar em todas essas investidas violentadoras, mas só pelo fato de estar contando isso para vocês é a prova de que ser violentada, não importa como foi, qual a gravidade, você vai carregar marcas para o resto da vida. Isso pode não influenciar nas suas emoções na vida adulta, mas sempre haverá aquela sensação de vulnerabilidade e risco diante das relações, sejam no trabalho ou nas ruas (e pior que essa situação de vulnerabilidade acontece também com mulheres que não foram abusadas ou assediadas, acontece por elas serem mulheres – posso escrever sobre isso a vocês em outra oportunidade. Eu me livrei de algumas inquietações e angústias sobre essas experiências na análise (terapia), eu misturava as sensações sobre o que era experiência de aprendizado do que era violência. Aqui marco a importância de procurar atendimento psicológico para conseguirem lidar com a violência e seus danos. E tentando concluir essa carta, quero dizer que entendo sua dificuldade em lidar com as ameaças e o medo de contar, mas posso te garantir que tem pessoas que acreditarão em você. Olha a lista: professora; melhor amiga/o, colega da igreja, vizinho que você gosta, mas se realmente você não confiar em ninguém ligue para o número 100 (Disque 100) para denunciar, também tem o Conselho Tutelar e o CREAS. Mas se você que está lendo esta carta já é adulta e sofre por tudo que já passou, procure um tratamento psicológico. Vá se livrar dessa culpa que não é sua. Se você não conseguiu falar, você tem seus motivos e isso é suficiente para nenhum familiar ou profissional te julgar, mas sim te ajudar.

CONTE, FALE AGORA!

Com afeto,

Rozana Fonseca Psicóloga – CRP03/6262


Respostas de 63

  1. Carta corajosa, Rozana. Parabens pela sensibilidade, clareza e objetividade de se expor e dar dicas preciosas para quem precisar. Parabens para tua mãe que deu o melhor dos exemplos para uma filha. E podes, hoje, testemunhar e ser exemplo para outras. Abç carinhoso.

  2. Olá Rozana

        Seu depoimento demonstra a vulnerabilidade de crianças e adolescentes diante da libido de pessoas próximas e "confiáveis". Vigiar, orar e vigiar mais ainda.
    
    1. Tenho 26 anos fui abusada desde muito pequena eu e minha irmã mais a minha irmã logo cresceu e casou e eu fiquei acho que com ela não foi tão terrível como foi comigo as vezes era quase todo dia depois que minha irmã foi embora eu só podia sair se fizesse algo eu só ganhava as coisas se fizesse algo nossa era muito triste mais o mais triste era ter a minha mãe tão perto e mesmo assim ela nunca ter percebido ficar durante o dia trancada no quarto por um tempo com ele e ela não perceber sofrer muito com isso e acho que sofro mais agora já tive depressão e as vezes ela volta por esse motivo não confio em ninguém pra contar tenho vergonha de min expor não tenho coragem de contar pro meu marido acho que ele não saberia digerir isso sou evangélica mais mesmo assim não encontro paz minha vida sexual nem sempre é boa porque sempre min lembro de cenas ruins que passei essa é a primeira vez que falo com alguém a minha irmã sabe mais não falamos nisso nunca acho que isso deve doer nela também mais não tanto comigo estou sempre feliz prós outros mais triste bem triste pra min sofro tanto é nem sei o que fazer😢

      1. Boa Tarde Joseane , eu tenho 21 anos , eu te entendo perfeitamente eu me sinto assim não sou casada mas eu sempre estou triste , sinto vergonha de mim , não consigo falar e nem me abrir com ninguém eu sofro sozinha. Eu queria superar , contei pra minha mãe com 12 anos de idade e desde os 7 anos meu padrasto abusava de mim, contei pra minha mae depois de muito tempo , mas só contei que ele me estuprou nunca contei detalhes como foi como me senti e ela nunca quis saber , eu so queria contar pra alguem como foi como eu estou me sentindo eu preciso seguir minha vida , sem sempre jogar meu sofrimento para isso. E esse dias fiquei sabendo que ele esta solto fiquei arrasada eu so queria que a justiça fosse feita.
        Começei a namorar com 16 anos de idade , mas depois disso não gostava que nenhum homem coloca-se a mão em mim , com 1 ano e meio tive que contar a ele o motivo que nao me sentia bem em relações sexuais e abrços e etc… Ele ficou abalado chorou achei que iria me entender e me ajudar a superar e principalmente me respeitar , mas com o tempo percebi que so eu sabia o que eu sentia que nao importa-se o que eu falas-e para ele , ele so queria satisfazer as vontades dele , e sempre me sentia mal. Esse ano no começo do ano foi o pior pois ele me forçou e eu me senti a criança de 7 anos que ficava paralisada e não tinha forças para nada , aconteceu comigo faz uns 6 meses e nunca contei pra ninguem , ele mesmo não percebeu que ele me machucou muito e revivi o meu maior pesadelo. Eu tenho muito de acontecer novamente , mas tenho que criar coragem para contar para minha mãe. A cada dia que passa eu tenho uma batalha com meu coração para eu ficar forte e não desmoronar. Tenho fé que deus vai trabalhar no meu coração e eu vo conseguir me abrir e ser feliz porque essa tristeza vai acabar acabando com minha vida! Um abraço beijos

      2. Joseane,tudo bem?
        Busque ajuda de um profissional,estou com 49 anos e tenho nojo de algumas coisas que acontecem na relação de um casal.Quando eu estava casada não entendi que precisava de ajuda. Passei 17 anos casada e hj estou divorciada por outros motivos..
        Um abraço e Deus abençoe.

      3. A sua historia e muinto parescida com a minha. A diferença e q na epoca eu e minha irma moravamos com ele na casa dele. Contamos ja com 18 anos alguns acredita outros nao da familia sab. Mas deus sab q tudo q acontesceu com vc e comigo e verdad e ele fara justiça…dói muinto neh….a minha mãe acreditou gracas a DEUS. Eu só to esperando uma oportunidade deu poder pagar um bom advogado pra eu e ela poder fazer ele pagar. Pq no público nao sao muinto agiu NÃO.

    2. Meu nome e erica com 12 anos de idade o meu primo passou a me assediar varias vezes tentou me beijar a forca falava palavras que eu sintia com medo insegura e o pior foi que a minha familia nao ficou do meu lado eu ouvir muintas palavras que me machucou muinto .o agressor nao foi punido agora eu estou com 17 e continuar me enfernizando hoje eu pensei em suicidio eu nao estou suportando eu nao durmo a noite tenho pesadelo e tambem pra minha familia nao conto se eles nao me apoiaram quando mais precisei e o agressor saiu impuni eu desistir e outro primo comecou a passar a mao em mim e fazer chantagem emocional a eu comecei a desenvolver simdrome do segredo e ate panico foi dificil demais e ate hoje nao superei eu comecei a cortar o braço e conversei com a minha amiga

      1. Nao se sinta assim nao. Faça como eu peca ajuda pra deus ele é fiel e fara com q eles pagam pelo mal q te fizeram.. deus t ama e eu tbm. Sou angelica. Faça como eu faz d conta q eles nao existem o ignorem. Eu ainda vou tentar por o q me abusou na cadeia se deus quiser. Vc sabia q vc ainda pode recorrer na justica pra fazer eles pagarem? Pois sê vc pode. Eu vou fazer isto tbm. Andei pesquisando e tive a informacao q sim.

  3. Realmente sua mãe foi uma heroína, eu queria ter essa sorte, sofri abuso a infância inteira e minha mãe não acreditava em mim, uma vez pegou uma cena e foi quando enfim parou de acontecer, ao invés me proteger ela me culpou eu não consigo lidar com isso até hoje e nunca vou perdoar ela

  4. Muito forte a carta, e otina atitude da sua mãe. Infelizmente acho que isso acontece em menor quantidade, de pessoas da família defenderem a vitima,geralmente a culpam, abafam o caso pelo abusador ser uma pessoa de casa. e vi isso no CRAS, sou técnica psicologa, acompanho uma família que ocorreram alguns abusos sexuais que vieram a tona depois de um abuso a uma menina de 8 anos, que a mãe decidiu não se calar, mobilizou a família maioria ficou contra, ela lutou com outra mulher da família, denunciaram foram ao CRAS, porem esse mês fazem dois anos e A JUSTIÇA NÃO FEZ ABSOLUTAMENTE NADA. Eu fui em delegacia explicar, cobrar, fui ao ministério publico e nada foi feito, não trabalho no CRAS que atende essa familia mas entrei em contato e a resposta sempre é que o caso continua na mesma, pedi urgência, pedi proteção a vitima e a resposta é nada.
    O QUE FAZER DIANTE DESSE DESCASO? A gente estimula a pessoa a denunciar, algo que não é fácil, e no fim só expõe a vitima, onde o caso fica conhecido pela cidade, gerando falatórios e apontamentos “a menina que foi abusada”

  5. Gratidao Doutora, tenho 32 anos e ainda não consegui sentar para conversar sobre isso com minha mãe. Conseguimos, eu e minha irmã, conversar sobre e isso me deixou ainda pior porque com ela foi muito pior…como lidar com minha mae me pedindo pra passar o fim de semana com meu filho e eu não saber o que dizer porque não, ele não poderia ficar sozinho com o vovô? Esperei essa atitude de minha mãe, mas não foi o que aconteceu. Sei que quando meu irmão descobriu contou para uma tia e a mesma falou com minha mãe… ela só me indagou “mas afinal o que aconteceu” mas na hora me senti tão julgada que preferi fugir da situação…sua mãe foi um exemplo de mãe! Certamente que está sendo muito bem cuidada por Deus!!! Que Deus a abençoe e a todos que estão lendo esse post, que suas feridas sejam cicatrizadas…
    Agradeço pela carta, pelas palavras…

    1. Bem eu agora estou tentando fala para a minha mãe quê eu estou sendo assediada pelo meu padrasto e está sendo muito difícil e tou com medo quê me julguem eu não tenho culpa… Só queria quê as coisas fossem mais fáceis 😔..

      1. Oi voce tem que falar com sua mae ou procura a policia e pedir ajuda o conselhos tutelar tbem pode te ajudar ….nao tenha medo vivemos no ceculo 21 .nao Podemos deixar que os tardaos sexuais continui agindo eu fui abusada que do tinha 13 anos Hoje tenho 51 mas na epoca ninguem acreditava. MIM e nao tinha onde pedir ajuda .fala para alguem que voce confia mas nao deixa Este cara te abusar .antes que voce ingravide desta cara Deus te proteja vai em frente

  6. Tenho a abusoluta certesa do que digo!Fui vitima de abuso sexual em crianca e em jovem pelo meu pai e pelo meu tio,sou filha aprofilhada legalmente…ate hoje nao consigo durmi e sinto me injusticada…estou fora do terrotorio brasileiro,ainda reclamei com minha mae e ela bateu em mim e agrediu me mt…ate hoje nao consigo esquecer quero justica!NAO pedi para me adotarem mais valia ter me deixado com uma familia capaz…Pq isso deixa traumas mas tenho em mim foca metal…o que me sustenta e Deus e n s d Fatima.

  7. Muito obrigada Amanda e Ana Maria por compartilhar comigo a história de vcs sinto muito por termos passado por isso e ainda tento entender o que Deus quer nos ensinar através de tanto sofrimento mais tenho tentado viver um dia apos o outro tenho enxaqueca desde criança e hoje exatamente hoje pesquisando acabei descobrindo que estou asim por causa do trauma que passei tenho crises quase todos os dias fiz tratamento mais não resolveu outro dia minha irmã min falou de uma tal doença da alma e sei que isso continua min consumindo mais faz poucos meses que conheci uma irmã filha do meu pai de sangue e estamos nos dando muito bem ontem criei coragem pra contar pra ela e ela min disse que vai min ajudar espero que vcs também encontrem alguém pra desabafar sei que que vai ser uma grande jornada mais espero um dia superar tudo isso beijos meninas espero que fiquem bem

  8. Anteontem eu fui assediada pelo meu primo,eu contei pra minha mãe e ela não acreditou em mim,ela tá com dó dele pq ele tá chorando e falando que não fez nada,MAS ELE FEZ!!! eu tô desesperada,ela não acredita em mim e eu não sei oq fazer! Tenho 13 e ele 21/22,por favor, alguém me ajuda…

      1. Oi Juliana, que bacana se colocar disponível para ajudar.
        Você trabalha em algum serviço de proteção a vítimas de violência sexual, como o CREAS?
        Ela poderia entrar em contato com você através de qual endereço/via?

        1. Foi estuprada******** pelos meus dois irmãos quando eu era criança nunca contei isso para ninguém hoje eu tenho 61 anos. Mas preciso falar com alguém. Estou morrendo por dentro. Consome todo dia todo dia tá me consumindo aos poucos eu queria falar com alguém.

  9. Olá eu fui assediada digital por um garoto da minha idade 16 anos ,e ele começou a pedir meus Dados pessoais e esse garoto morava no Distrito Federal e depois ele tinha uma facebook sem foto sem nada mais ele era misterioso mais desconfio que não é um garoto.e eu agora estou com medo e essa é a primeira vez que sofri assedio digital

    1. Oi Lauanda, converse com seus pais/responsaveis, ou alguém em quem você confia muito, porque é preciso solicitar ajuda. Espero que fique bem e que consiga pedir ajuda!

  10. Como procurar ajuda psicológica quando vc já está em fase adulta e ainda sofre consequências dos abusos sexuais sofridos na infância?? Me ajudem por favor.

  11. Fui abusada sexualmente por bastante tempo na infância pir um irmão, nunca consegui superar e ainda tenho problemas fe comportamento e psicológicos, já estou bem adulta e gostaria de ter atendimento psicológico se possivel.

  12. Ola,sou Juan. Sofri assedio durante toda mina infância e adolescência ,por dois tios e alguns outros caras. E um dos dois cara que deveria chamar de “Tio” me ameaçou ,caso eu contasse ou não aceitasse mataria minha mãe, “um tiro na cabeça”, acho que por isso tenho tantos sonhos com tiro na cabeça, inclusive hoje mais não vem ao caso. Hoje estou com 23 anos e nunca contei pra minha família ou amigos que passei por isso. Mais algo me diz que preciso e necessito contar essa parte da minha historia para eles, para de alguma forma isso sair da minha cabeça.
    A é ,isso só teve um fim, porque terminei o colegial e insistir pra morar em outra cidade. Então dos 4 aos 19 passei “por isso” não consigo encontrar uma palavra pra descrever isso!

    1. Quando eu comecei falar do assunto minha vida começou melhorar, levo anos tentando sarar as feridas e ainda não consigo… mas, se não tivesse falado seria pior …

  13. Eu tenho uma experiência estranha, não lembro se fui abusada namorei não lembro bem a idade mas sempre tive uma sensação estranha depois de 32 anos eu encontrei ele por telefone ,conversámos ele me falou que eu deveria ter 13 anos e ele 14, fiz muitas perguntas pra ele do que eu lembrava como por ex o primeiro beijo lembro bem entre outros carinho ele falou que durou 1 ano e 3 meses só que eu não lembro de muitas coisas isso dói muito hj tenho 45 anos más ao tentar lembrar me causa dor angústia medo, perguntei pra ele se agente fez sexo ele falou que não só que ele me assusta mas ele é sempre bem gentil comigo conversámos bastante só que isso é só com ele que foi meu primeiro amor pra mim o estranho mas ou menos 2 ou 3 anos da minha história que não lembro e isso me causa muita dor sensação de medo as vezes de desesprero sem saber o que houve, ele falou nada de más coisas de jovens apaixonado .Mas pra mim resta???? E vontade de fazer regreção pois meu desespero é muito grande por não saber o que houve com agente que não lembro, ele lembra de tudo me explica da melhor forma super carinhoso comigo. Mas o vazio e terrivel??

  14. oi eu sou Fernanda,eu sofri abuso sexual do meu irmão na infância,mas quando ele fazia isso comigo eu não via nada de errado eu era uma criança,e hoje eu vejo que o que ele fazia comigo era errado,eu tenho medo de contar e ele fazer alguma coisa me machucar ou machucar a minha mãe ou família, ele é bem agressivo,eu tenho medo,e minha família nem desconfia que ele é um pedófilo.

  15. Eu comecei a ser abusada sexualmente quando era muito pequena. Minha mãe me deixo aos cuidados da minha avó materna quando eu tinha 2 anos, numa área rural muito afastada onde extraiam areia. Minha avó tinha que trabalhar o dia inteiro servindo os obreiros que ali trabalhavam. Sinceramente ela não tinha condições de me cuidar. E ela morava com um senhor que também ficava o dia inteiro servindo os outros. Minha avó e seu marido eram os caseiros desse lugar. Não sei o que minha mãe tinha na cabeça ao me deixar num lugar que era cheio de homens. E por que minha avó sabendo que não tinha tempo para cuidar de mim aceito que eu ficasse ali. Em fim, não sei se os abusos começaram quando eu ainda era bebê, porque a lembrança que tenho era como com 4 anos. Lembro que um dos obreiros me levou para perto do rio, num local com a grama alta e ali abusou de mim… Essa é uma lembrança, mas não sei se foi a primeira vez… Tenho a impressão que isso acontecia com frequência. Minha infância inteira foi marcada por abuso sexual… Essa foi a forma que eu entendi que se deviam relacionar homens e mulheres… Inclusive, acredito que talvez vários dos obreiros abusavam de mim, porque lembro que um dia eu tentei fazer sexo com um cachorrinho do sitio que minha avó cuidava… Eu era criança pequena e obviamente, eu estava reproduzindo comportamentos que eu enxergava… Lembro que tinha um obreiro que frequentava a casa de minha avó e como lá não tinha luz elétrica, ele ia no horário da tarde até ficar de noite e aparentava ficar brincando comigo para abusar de mim… Qual era minha atitude? Eu não entendia claramente o que acontecia… Meu cotidiano de criança era fazer sexo com adultos desconhecidos… Eu não tinha a possibilidade de brincar com outras crianças, pois não tinha mais crianças… Eu vivia num entorno de adultos abusadores e de meus avós que eram servis a todo mundo, pois eram pobres, analfabetos, vulneráveis… Não sei se eles perceberam que eu era abusada sexualmente… Minha avó até tentava ficar me observando, mas ela tinha que se ganhar o pão e tinha que servir os outros…. Eu não sentia confiança para falar sobre o que acontecia com ninguém… Não lembro exatamente com quantos anos minha mãe me levou para a capital a morar com ela, mas ela continuava me levando a passar férias onde minha avó… Que tipo de criança eu era? Uma criança completamente sexualizada, que nas férias que passava na casa da avó recebia a visita de um homem adulto com quem praticava sexo… Uma criança que procurava fazer sexo com todos as pessoas do sexo masculino com as que tinha contato… Por que? Porque em lugar de ter brincadeiras, eu tinha exploração sexual… Por que não falava com ninguém sobre isso? Porque os discursos dos adultos que supostamente seriam meus cuidadores eram confusos. Eu comecei a pensar que eu era a culpada pelas coisas que aconteciam…. Além disso, juntando os discursos religiosos da mentalidade circundante do meu entorno, eu comecei me sentir pecadora…Então eu com 11 anos já tinha um historial de inúmeros casos sexuais… Eu comecei ter relações sexuais com meus coleguinhas do colégio, com os vizinhos pedófilos da casa da minha mãe… E como minha mãe também era pobre e tinha que trabalhar incansavelmente não tinha como se ocupar de mim. Nunca senti confiança para falar dessas coisas com minha mãe… Inclusive cresci com muita desconfiança dela… Ela sempre me dizia como eu devia me comportar, o que eu devia fazer para me dar bem nada vida, que tinha que ser uma mulher ideal, estudar, trabalhar, etc… Então o que eu era, não tinha nada a ver com o que ela pretendia que eu fosse, porque eu me sentia como uma mulher que carregava uma cruz que pesava toneladas, levava o peso do mundo nas minhas costas… Era muito sentimento de culpa para mim sozinha… Então, comecei comer compulsivamente… Era muito segredo para mim sozinha… Eu não queria que ninguém soubesse o que tinha acontecido comigo e o que continuava acontecendo… Eu me importava muito com o que pensavam as pessoas sobre mim. Queria ser uma menina normal, queria ser amada de verdade e amar alguém, mas antes disso, queria ser uma menina… Queria nascer de novo, queria não ter esses impulsos sexuais e não me deixar dominar pelos instintos… Era muita coisa para administrar sozinha e como não sabia como fazer isso e não podia eliminar isso de minha história, eu comia e comia e comia… Geralmente quando estava sozinha… Começava comer e não conseguia parar… Que era o que eu comia? Comia minha incompreensão da vida, comia meus pensamentos, comia meus sentimentos, comia todas minhas emoções, comia meus direitos, comia minha autoestima, comia toda minha vida com a esperança de que comendo minha vida pudesse preencher esse vazio infinito que tinha e de repente poder superar todo isso e seguir a vida, e talvez ser feliz… Durante dias, meses, anos, décadas tive episódios de compulsão alimentar que duravam várias horas, geralmente no horário da tarde… Como minha mãe e meu padrasto trabalhavam o dia inteiro e só chegavam às 22:00 eu ficava a tarde inteira, depois de chegar do colégio comendo sem parar na frente da televisão… Nunca me senti cheia, podia comer toneladas de comida e nunca fiquei com a sensação de saciedade. Inclusive, neste momento da minha vida, com quase 40 anos, nunca a comida me enche. Geralmente estou com fome… Os abusos sexuais que começaram desde criança prejudicaram toda minha vida, em todos os sentidos… Estou completamente envelhecida e cansada… Muitas vezes tenho sentido o desejo de não existir mais, porque estou muito cansada da vida… Só consegui falar para alguém dos abusos sexuais quando tinha 18 anos e fui a consulta com psicólogo… Mas, eu não falei de abuso sexual… Eu falei que tinha começado minha vida sexual ainda criança… Foi a psicóloga que teve que me convencer de que eu não tinha iniciado nada, que eu fui obrigada, que eu fui abusada… Eu fiquei tantos anos meu culpando por tudo, como se fosse a maior pecadora do universo, de tal forma que tinha isentado a todas as pessoas do meu entorno de alguma culpabilidade de algo….E meu relacionamento com minha mãe sempre foi conflitivo, agressivo, péssimo… No meu interior sempre a considerei culpada por tudo o que aconteceu comigo. Eu pensava que se ela não era capaz de cuidar de uma filha não devia ter me tido… E ela uma pessoa tão dominante me tratava como uma boneca com a que ela brincava: queria que eu fosse exatamente como ela decidia, que eu usasse as roupas que ela escolhia para mim, que eu atuasse seguindo os comandos que ela me dava. Ela nunca respeito minha individualidade… E sim, dentro dessa individualidade estava incluída essa dor infinita que eu carregava… Eu era uma pessoa que carregava uma cruz que não me deixava me erguer… E ela com suas exigências e lições, apenas me colocava mais peso nas costas… Respeitar o outro significa respeitar também suas dificuldades, sua história, suas tristezas, seus dificuldades de lidar com a vida… Respeitar e amar implica também tolerar e deixar quieto… E também mostrar tanto amor que o outro sinta que pode contar com você de tal forma que pode compartilhar suas maiores desgraças e que você vai compreender e vai respeitar isso… Se não compreender, pelo menos vai escutar…. Algo que me agonia da minha mãe é que o tempo inteiro quer me dizer o que tenho que fazer e como tenho que fazer. Ela sempre está querendo dar milhões de conselhos… Não queiro os conselhos dela, talvez precise mas não queiro, porque minha vida foi rompida quando ainda era muito pequena, esses conselhos que ela me dá não contribuem em nada para consertar a parte da minha vida que precisa com urgência conserto… Estando bem emocionalmente e psicologicamente poderia assimilar melhor toda essa enxurrada de lições morais que ela me dá… E para completar o cansaço que minha mãe me causou, ela queria que eu fosse a sua melhor amiga e ficava me contado as confidencias de seu relacionamento com meu padrasto… Ele a traiu com frequência e ela queria que eu desde criança soubesse de toda a pestilência do ser humano…Eu já sabia, mãe… Só que não tinha confiança para falar para VOCÊ!! Então, eu cresci escutando como os homens são falsos, interesseiros, traidores etc… Além disso, eu já sabia por experiência própria que muitos deles apenas se deixavam levar por seus instintos sexuais e abusavam de crianças inocentes, como aconteceu comigo…

    1. Oi tudo bem? Cara nunca uma história me definiu tanto, suas palavras me pegou de jeito pra coisas que nem mesmo tinha coragem de escrever ou de pensar, a parte de comer eu comi tanto que cheguei no meu limite tô quase inválida pesando 130 kgs não consigo quase andar com problema no joelho não consigo sair disso eles acabaram com a minha vida , hoje não consigo ajuda por não conseguir abrir a boca pra gritar por socorro, eles me matam a cada dia pouco a pouco

  16. obgd mesmo fui abusada com5 anos de idade é ñ sabia q aquilo era crime,
    mas hoje tenho 13 anos e sei que isso não deve ficar em segredo😞

  17. durante um ano aguentei abuso do meu padrasto ele passava a mão sob meu corpo entrava no banheiro enquanto eu tomava banho, quando eu estava deitada em minha cama ele ia la e passava a mao e ontem contei finalmente sob o assunto a minha mãe e ela nao fez nada so o xingou e nada mais e agr estou com medo de algo acontecer a mim ou as minhas irmas mais novas

    1. Tem alguém em quem vc confia???? Posso te ajudar??? Minha mãe não acreditou em mim, hoje sou adulta. Espero que estejam bem…

      1. Oi como posso ajudar uma moça muiito querida que sofreu abuso sexual na primeira infância dela? Ela nuuuuunca conseguiu contar isso pra ninguém e conseguiu começar a falar comigo mas diz ela que ja se arrependeu de ter tocado nesse assunto pois isso a machuca bastante não aceita de jeito nenhum a terapia…sugeri dela contar pra mãe dela ela disse que não tem abertura eles são muito fechados meu coração tá em pedaços não sei o que dizer a ela . Ela disse que foi um parente próximo e não entrou em detalhes mas sinto que ela tá sufocada prestes a explodir

  18. Então, vou explica um pouco sobre minha vida, fui abusada durante 2 anos tinha de 15 para 16 anos. Eu tenho 19 agora é não consigo superar isso, eu nunca contei para minha família porque tive medo, teve até um dia que fui conta para minha irmã e ela falou que não era pra conta pra ninguem pq estou louca, gente eu sei q já faz um tempo mas não consigo tirar essa dor de min, eu vou começa a passa por um psicólogo, mas tenho medo que ela saiba que foi o meu ….. E chama a polícia enfim, e acontece alguma coisa e minha família vai quere proteger e etc, me falaram que esses anos não dá pra saber através de exames, eu não tenho mais nem como comprava que é vdd eu carrego esse peso a anos gente, e eu so conseguir desabafar agr…..

  19. Pois é querida, boa noite!
    Li sua carta e adorei… passei por problemas muito parecidos e até piores na minha família e o mais triste de tudo… Minha mãe NÃO acreditou em mim… disse que eu era uma mentirosa.
    Foi muito triste e lamento isso até hoje.
    Sempre achei que ela não gostava de mim e não sabia o porque e uma coisa muito marcante para mim são as palavras da minha tia dizendo: “a Lola está criando franga para o galo comer.” Só fui entender isso depois de adulta. Fico me perguntando até hoje, como pode uma mãe não acreditar na filha em um caso desses…
    Obrigado por compartilhar.

  20. Sofri muita violencia e abuso durante a infancia e adolescencia. Hoje, quando meu marido altera o tom de voz ou comeca a me olhar estranho e nao quer dizer qual o problema, sinto um medo incontrolavel. Por vezes, sinto medo mesmo quando esta tudo bem, medo de contar algo e ele nao gostar. Meu marido nunca fez nada para mim, por isso, nao acredita e nao entende o meu medo! E normal ter esse medo? Ja aconteceu com mais alguem alem de mim?

    1. Olá, Lívia, é normal, pois certas palavras, frases e tom de voz fazem-nos lembrar do que sofremos no passado. Felizmente com o tempo pode passar. A mim passou passado mais ou menos 13 anos, mas toda a gente é diferente. Faça o seu marido perceber e diga para ele falar mais calmamente consigo. Beijinhos e força <3

    2. Olá, Lívia, é normal, pois certas palavras, frases e tom de voz fazem-nos lembrar do que sofremos no passado. Felizmente com o tempo pode passar. A mim passou passado mais ou menos 13 anos, mas toda a gente é diferente. Faça o seu marido perceber e diga para ele falar mais calmamente consigo. Beijinhos e força ❤

  21. Comecei um relacionamento a distância dia 21/05/2021, depois de 1 ano e 4 meses finalmente deu certo de nos conhecemos pessoalmente, foi mágico, me sentia tão feliz, e agradecida por Deus por finalmente estar com o meu amor! Hj, dia 22/10 /2022 23:48 Eu me encontro aqui chorando, e caindo na real. Deixe-me explicar. Ele é uma pessoa maravilhosa, tem um bom humor e gosta muito de fazer brincadeiras. E confesso que eu não gosto muito de certas brincadeiras, eu não estou acostumada com isso. Passei mais da metade da minha vida trancada no meu quarto escuro. (tenho 33 anos).
    Hj, morando juntos a pouco mais de um mês, fiz as compras, compramos gin com tônica pra mim, e cerveja pra ele, e outras coisas que estava faltando.
    Começamos a preparar um petisco, e sem querer eu derrubei a minha gin com tônica no chão, Ele até cortou o pé. Limpei rapidamente, e voltamos a fazer o que estávamos fazendo. O petisco, e um arroz. Ele foi fazer o petisco enquanto eu bebia minha bebidinha, dentre uma conversa e outra várias brincadeiras que eu realmente não via graça, pq remetia a mulheres, e etc. Eu sou muito insegura, e fui tentando disfarçar a porcaria do humor que eu quase não tenho. Ele hora ou outra me filmava e mandava pra minha mãe, eu não gostava pq estava muito “desarrumada”, mas tudo bem, relevei uns 3 vídeos que Ele fez de mim. Acho que no quarto, e último, ele riu e quis me mostrar, eu não quis ver, e Ele simplesmente ficou super ignorante, ao ponto de me comparar com uma ex que tinha borderline, mas eu não tenho borderline, eu tenho TEPT, TAG e depressão maior. E faço tratamento.
    Enfim, Ele se retirou, foi para o quarto indignado comigo, por eu não achar graça nas brincadeiras dele. Eu fiquei na sala por algum tempo, guardei o petisco, e fiquei algum tempo chorando no sofá, e daí caiu a minha ficha de que por ter sofrido por muitos abusos sexuais, de padrasto e dois tios. Eu me liguei de que ninguém, absolutamente ninguém merece alguém como eu do lado, ninguém tem empatia para procurar entender ou ter paciência com vítimas de abuso… Enfim, 00:02, eu tô aqui chorando pq resolvi que vou desistir. Ele não merece ter ao lado uma pessoa assim do lado, ele é brincalhão, e eu realmente não consigo ver graça em determinadas brincadeiras. Pq como disse acima, eu passei mais da metade da minha vida trancada num quarto escuro. Como eu haveria de ter humor? 😔💔.
    Escrevi um texto de despedida, e tô indo embora, ele merece ser feliz, eu amo ele demais, não é justo ele ter uma pessoa como eu do lado, realmente não combina. Não tem nada a ver. Por mais que eu o ame com todas as minhas forças, eu não quero que ele tenha que mudar o jeito dele por minha causa, ele não é culpado das desgraças da minha vida. Enfim, é isso… 💔😔😭

  22. Infelizmente eu contei e minha mãe me chamou de mentirosa,sou adulta,já se passaram uns 30 anos.estou dilacerada por ela não acreditar.

  23. Alguns anos atrás eu permiti que um rapaz que eu nem conhecia direito entrasse na minha casa e tivesse relação sexual comigo, era como um ficante. Me arrependo muito dessa decisão até hoje, pois ele cometeu abuso comigo. Durante o ato da penetração, comecei a sentir muita dor e pedi a ele que parasse, mas ele não parou, pra ele aquilo estava lhe dando tesão e ele não levou a sério o meu pedido, continuou até o fim mesmo eu chorando de desconforto e dor. Depois que acabou eu fui ao banheiro e chorei muito. 😢

  24. BOA TARDE.
    SOU PSICÓLOGA ATENDO CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM VÁRIAS SITUAÇÕES DE ADOECIMENTOS PSICOLÓGICOS.
    E LI ALGUNS RELATOS DE PESSOAS QUE FORAM ABUSADAS SEXUALMENTE. COMO SEI O QTO O ABUSO SEXUAL DÓI NA ALMA, SUGIRO QUE AS PESSOAS QUE PASSAM OU PASSARAM POR ISSO, CONTE PRA ALGUÉM DE CONFIANÇA, SE NÃO PUDER IR AO PROFISSIONAL. PARA ALIVIAR ADOR, PQ ISSO, NUNCA PASSA, SÓ AMENIZA. POIS FICA CICATRIZES NA ALMA, E IMPLICA NAS EMOÇÕES, DECISÕES E CONFIANÇA EM SI MESMAS. UM ABRAÇO.

    1. Quando eu era criança, eu tinha uns 5 ou 6 anos minha avó frequentava muito a casa da minha tia avó o ano era 2015 dava usurpadora na TV, ele é me de 2° grau na época ele devia ter uns 19 ou 18, ru fui no quarto ver TV e minha irmã tava junto ele mentiu pra ela deixaria ela jogar no celular dele pra ela sair, ficamos eu e ele, ru era só uma criança ele me forçou a chupar e beijar ele, na segunda vez ele perguntou assim ‘vamos brincar daquela mesma brincadeira eu falei que não porque eu não gostei’ e sai de lá correndo pra minha avó, eu quando tinha uns 8 ou 9 anos contei pra minha mae ela perguntou se eu queria que fizesse alguma coisa ”eles não acreditariam em mim eu passaria por mentirosa eu pensava que minha família ia acabar” eu falei que não mas me arrependo, eu fui contar para a amiga da minha mãe eu confiava nela minha mãe cortou e falou que ele tinha me batido, ele fica me olhando e me escondo quando ele chega aqui em casa. Não tive coragem de dizer pro meu pai ele não mora comigo.

    2. Está sendo acolhedor para mim nesse momento!
      Sofri um abuso sexual de um rapaz que eu pensei que poderíamos ter algo bonito.
      Foi nosso primeiro encontro, me convidou para darmos um passeio de jet e eu fui. Perguntei antes não iria acontecer nada que eu não quisesse e ele deu a palavra.
      Porém não foi o que aconteceu!
      Nos beijamos e conversamos muito durante o dia…mas sempre ele insistindo em transar, sempre ele tentando ter a penetração. Sempre ele nas preliminares do sexo oral, e eu dizendo não, não quero. Melhor não, melhor não. Mas eu estava curtindo o passeio, eu só não queria transar.
      Só final do dia, não teve jeito ele insistiu até que conseguiu me penetrar, duas ou três vez e tirou para gozar fora…fui tudo tão rápido que não hora eu não tive reação sabe…vim embora chorando, triste…e então passado três dias liguei para ele e falei que odiei, que foi horrível, que eu estava destruída, que fiz sem querer. Ele simplesmente pediu desculpas friamente e sumiu.
      Meu boné ficou com ele, ele disse me devolveria e até hoje nada.
      E eu estou aqui me remoendo de culpa, me sentindo triste com tudo, angustiada e sem ter para quem contar.

  25. Foi acolhedor ler essa carta. Aconteceu uma situação um tempo atrás, numa festa a qual eu fui e bebi demais. Naquele dia eu estava convicta que não ia transar/ficar com ninguém, e depois acabei ficando com a pessoa que estava me acompanhando. Naquele altura eu já estava bem bêbada, e estava tudo bem até ele ir me empurrando para o quarto, para a cama, e depois as coisas foram ficando borradas, eu não lembro de sentir meu corpo ou de conseguir manter a cabeça em pé. Eu lembro dele falar algumas coisas, da agressão e de acordar procurando as minhas roupas para ir embora. Eu me senti tão perdida, tão vazia, parecia que uma parte de mim tinha morrido ali. Eu quis acreditar que foi responsabilidade minha, eu bebi demais e eu me meti ali, eu até tentei comentar sobre “a foda” com um amg como algo que havia acontecido e fosse normal. Meses depois eu tive uma crise de pânico quando fiquei bêbada demais e sozinha com um amigo, eu nunca tremi tanto na vida, e toda aquela noite (de memórias vazias) não saia da minha cabeça. Eu menti tão forte para mim tentando acreditar que aquilo não era um problema. Mesmo quando eu acordei no dia seguinte e vi o meu corpo todo marcado, eu passei um mês esperando ele parar de doer e ainda assim querendo aceitar aquilo como minha responsabilidade por inteiro. Eu me sinto tão envergonhada, tão desonesta, tão idiota. Eu só queria poder apagar aquelas memórias de vez. Estarei procurando acompanhamento psicológico, mas essa carta me fez sentir acolhida. Infelizmente eu não tenho a opção de me abrir com minha mãe, ela ficaria triste, mas além de se sentir responsável iria me culpar, prefiro lidar com isso de outra maneira e com outras pessoas. Deixo aqui meu apoio para todas que estão passando por uma experiência de violência, e agradeço a coragem pelos relatos de quem comentou, e espero que saibam que as coisas vão melhorar!

  26. Bom dia meninas. Não lembro muito bem, acho que deletei da minha mente ou bloquiei o que aconteceu comigo, acho que eu tinha em torno de uns 10/11 anos, eu dormia na mesma cama que minha irmã e meu cunhado, eu eu deitava sempre com eles, eles já adultos, eu era como filha deles, fui criada pelos meus irmão por não ter pais. Ali parecia que eu estava sendo passada mãos em mim. Minha irmã nunca viu e nem desconfiou. Eu sempre me deitava com eles e por eu sempre ir, eu me sentia culpada , pq se eu ia era pq eu queria aquilo e não era, eu demorei a entender que aquilo era errado. Não aconteceu por muito tempo. Quando eu percebi que aquilo era errado eu nunca mais deitei com eles. Hoje carrego uma culpa como se fosse minha, como se eu tivesse traído a minha irmã e não me perdoo, me acho um monstro. Não lembro direito como isso aconteceu. Deletei da minha mente e nunca quis pensar, mas ultimamente eu tenho tido gatinhos e sentimentos de remorso e culpa. Estou fazendo tratamento psicológico e não falei ainda isso para a minha psicóloga. Tenho tudo muitas crises de ansiedade e sempre tive dificuldade de confiar nas pessoas. Hoje em dia eu e meu marido estamos tentando ter um bebê, mas tenho medo de ser mãe e acredito que isso tenha me atormentado pra conseguir. Nunca falei isso pra ninguém. Só quero tirar a culpa disse de mim. Dói muito. Eu amo a minha irmã e as vezes acho que não posso demonstrar meu amor por ela, pois acho que sou culpada por tudo isso.

  27. Quando tinha entre 6 a 7 anos fui vítima de abuso sexual por pelo menos 3 vezes por parte da empregada doméstica, demorei muitos anos pra perceber isso, tenho certeza que se tivesse contado pra minha mãe ela teria acreditado, mas também tinha medo de ser punido e ainda prejudicar a empregada. Mas quando me dei conta do que aconteceu já se haviam passado muitos anos. Parece outra vida. Ela ainda é empregada da minha mãe, sinto ser em vão dizer qualquer coisa hoje. Tenho certeza que meu irmão mais velho também foi abusado, mas nós nunca fomos muito próximos e nunca conversei sobre isso com ninguém. Hoje faço terapia mas não imagino catarse ao contar isso pro psicólogo, posso estar errado. Pedi muitas vezes pra minha mãe demitir a empregada, porém não quero o mal pra ela, rezei para perdoar a empregada, e quero que Deus a abençoe. O fato é que foi ocorrido, impossivel determinar qual foi o impacto na minha vida. Escrevo aqui, de forma anônima, para quem saber ter alguma epifania. Hoje tenho um filho pequeno, e quero me certificar que ele não terá esse tipo de experiência, que ele possa confiar em mim e ter segurança pra me contar qualquer coisa. Deus o abençoe e proteja sempre.

  28. Oi, eu não sei se alguém vai ler meu relato algum dia, mas já de estar escrevendo isso, já alivia um pouco do peso desse silêncio que eu guardo por tanto tempo. Quando eu tinha 5 anos eu fui abusada por um monstro(é assim que eu chamo essas pessoas horríveis que fazer isso com crianças). Minha mãe sempre nos levou para a igreja, e um dia esse monstro nos deu carona para casa, pois éramos muito pobre e não tínhamos condições de ter carro, minha mãe convidou ele e sua mulher para entrar em casa e ficar conversando, e um pouco para baixo da minha casa tinha uma área verde, e foi lá que ele me chamou falando que era uma brincadeira, e foi onde aconteceu. Eu nem sabia o que era aquilo, e nem o que tinha acontecido, mas depois eu senti uma vergonha tão grande e uma tristeza. Minha mãe viu que algo estava errado, e eu contei a ela o que tinha acontecido, ela me acolheu, mas não fez nada a respeito, não sei se por medo de não acreditarem ou sei lá. Esse monstro sempre fazia compra no mercado perto de casa, isso que ele morava bem longe dali, mas as vezes eu ia no mercado sozinha por ser perto, e um dia eu vi ele lá com sua esposa, eu voltei correndo para casa e fui pra debaixo da cama, e lá eu fiquei sem contar para ninguém quem eu tinha visto e que eu já tinha voltado para casa, toda minha família começaram a me procurar, eu ouvia eles me chamando, mas eu ficava bem quieta, e porque isso? Eu estava com medo da minha mãe me obrigar a voltar no mercado e comprar o que eu não tinha comprado, eu entrei em estado de pânico, uma criança de 5 anos em pânico. Eles me acharam depois de um tempo, e eu falei pra minha mãe o que tinha acontecido, ela me acolheu, mas continuou sem fazer nada. Nunca passei num psicólogo, por condições financeiras. Hoje eu tento evitar o máximo não encontrar esse monstro, porque as vezes que eu encontrei eu também entrei em pânico, não sei como resolver, não sei como não entrar em pânico, e acabo que eu descontrolo tudo na comida, e por isso não consigo emagrecer. Tenho esperança em Jesus, e espero que um dia tudo isso tenha justiça.

    1. Oi, li o seu relato e isso me deu coragem para expressar o que aconteceu comigo, quando eu tinha apenas oito anos de idade fui abusada por um primo bem mais velho que eu, estudava pela manhã e quando chegava da escola gostava de dormir, quando estava dormindo sentir um peso sobre meu corpo e quando me dei conta estava sem roupas e não conseguia gritar pois ele havia colocado um lençol na minha boca , mas assim mesmo meu avô entrou depressa no quarto e viu aquela cena e me socorreu, minha mãe ao saber do ocorrido não me ajudou mas me e castigou em um banheiro antigo que aí da tinha privada no chão, morávamos no interior e os banheiros eram desse jeito na época, por esse motivo hoje tenho pânico de sapos, porque pela privada saiam enormes sapos e eu só chorava até hoje entro em Pânico quando vejo, e hoje não sei o que foi pior, o abuso ou o castigo não merecido que ganhei 😞 fui abusada outras vezes, mas já sabia me defender hoje tenho o maior repúdio de abusadores.

    2. Oi….vi seu relato e também fui vítima de abuso sexual…qndo tinha entre 12 anos até os meus 14 fui abusada pelo marido de uma amiga que tinha…essa amiga era uma vizinha e como uma irmã mais velha para mim que acabou de casando e não perdemos o contato porém o marido dela passava a mão em mim a noite qndoneu estava dormindo, as vezes me lembro deu estar deitada com essa amiga minha na cama, tipo descansando ou vendo um filme e ela acabava pegando no sono aí ele aproveitava entrava no quarto e com o pênis ereto colocava minha mão dentro do short dele segurava minha mão e fazia alguns movimentos…outras vezes eu estava dormindo ele entrava no quarto e passava a mão nos meus seios…era muito ruim eu tinha mta vergonha, repulsa e medo …eu tinha tanta vergonha que não reagia ficava igual uma estátua e fingia q estava dormindo e qndo ele saia do quarto eu chorava horrores depois q fui entendendo que aquilo era errado parei de dormir lá na casa deles…acredito q sofro traumas até goje por isso hoje estou com 37 anos mas nada apagava essas horríveis lembranças que tenho…

  29. Sou homem gay, tive a uma semana o pior dia da minha vida, por ser graduado estar num ambiente de saúde, onde prove a saúde como congresso em Recife, após ir numa festa pós congresso, acabei bebendo 3 a 4 cervejas, o que para mim não tem um teor tão alto, no meio da festa me senti mole, solicitei uber e fui para hotel aonde encontrava, porem no meio da madruga pelo fato de estar sobre ” efeito de álcool ” fui para praia ver o amanhecer, porem ao chegar lá lembro de ter passo por um grupo de jovens e outro que estava sozinho, conversei com alguns e lembro de ter saído, porém acordei no outro dia no hotel, no sofá, dolorido e sangrando. Tentava lembrar e não lembrava. Hoje faz 7 dias, consegui contar para minha terapeuta, duas irmãs e uma amiga. Hoje estou me sentindo forte, mas dói por não saber o que realmente aconteceu, ou por ter fleches dizendo para parar, naquele momento eu não tive meu corpo respeitado, hoje sinto vergonha de falar para o meu marido, pois tenho medo da reação. Acredito que talvez possam ter colocado algo na minha bebida e como fui embora não deu tempo de fazer algo. Ou derepente eu me perdi em alguma parte da história. Não saber o que aconteceu me machuca, doi, sinto vergonha. Mas independe se a outra pessoa esta bêbada ou em uso de substâncias ela está vulnerável e isso não da direito nenhum sobre ela.

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