(Des)proteção socioassistencial no meio rural
Desde que publiquei o Post sobre o II Encontro das Psicólogas (os) de Minas Gerais realizado pelo CRP-MG através da Comissão de Psicologia e Política de Assistência Social (Se você não leu, clique AQUI) estava na expectativa de compartilhar com vocês uma produção da Oficina “Proteção Socioassistencial no Meio Rural” que aconteceu neste Encontro. O Psicólogo, Felipe Carvalho, que atua no CRAS de Inhapim/MG brilhou na produção e na declamação do Poema “(Des)proteção socioassistencial no meio rural”. Logo que tive a oportunidade pedi ao Felipe a disponibilização do poema para eu divulgar no Blog! e ele topou! Obrigada, Felipe e desculpe-me pela demora em publicá-lo 😉 O próprio Felipe apresenta a vocês o poema: “O poema abaixo apresentado é o resultado das problematizações e conversações desenvolvidas no II Encontro Mineiro das(os) Psicólogas(os) no SUAS, mais especificamente, das reflexões estabelecidas na oficina temática Proteção Socioassistencial no Meio Rural. Ao lermos as entrelinhas, será possível entendermos que, embora seja legítimo, além de unanimamente aceito e reconhecido a necessidade da atuação das(os) Psicólogas(os) junto às políticas públicas e, especificamente, no SUAS, ainda existe a necessidade de rompermos com alguns obstáculos que, quando não entendidos e transformados, tornam a promoção social uma possibilidade que não encontra no cotidiano de nossa atuação a materialização de seus reais objetivos. Com uma linguagem simples e um suave toque vocabular mineiro, essa construção poética, passa a habitar não mais um EU, mas agora, depara-se com um patamar coletivo e, então, habita em NÓS”. (Des)Proteção Socioassistencial no meio rural Acordo cedo todo dia, Antes mesmo do sol raiar, Numa van superlotada Num território vou atuar. Sou psi com muito orgulho, Mas to buscando do que me orgulhar. Os meus olhos mesmo abertos Estão cansados do que têm pra olhar. A demanda só aumenta E vem de todo lugar: Da saúde, da escola E da assistência pra completar. Tem muita gente querendo mudança Sem saber por onde começar. Já que p CRAS ta funcionando É pra lá que vamos mandar. Documentos, acompanhamentos, Logística, direitos e cestas para doar: Eu tô custando compreender O meu papel e o meu lugar. É muito grupo ou gato pingado, Muita festinha pra comemorar, É muito por que indo pra fora E pouca resposta pra entrar. Bolsa Família dizem ser carro chefe. A gente chega até a engasgar. É muita gente falando do SUAS, Mas pouco adianta somente falar. Orientar, pactuar, Prevenir, encaminhar, Deferido, indeferido, Vocabulário espetacular. Tem salinha pra todo mundo, Mas tem território que não dá pra escutar, O sigilo tá comprometido, Aonde é que isso vai dar? Território é terra física e cultural. Sujeito é mundo a explorar. Tem grupo que se forma lá na roça Só porque a fome vão saciar. Eu não to procurando culpados. Eu só quero dignamente trabalhar, Mas acredito que só vou conseguir Se romper com esse mal-estar. Autor: Felipe Eduardo Ramos de Carvalho, Psicólogo, Técnico de Referência da equipe volante do CRAS de Inhapim/MG, Escritor e articulista. Clique na imagem abaixo para fazer o download do poema em pdf Para ver as fotos do evento e saber mais, clique AQUI Aproveite para assistir ao vídeo (CRP04/MG) do evento, você pode conferir as palestras, as apresentações da Oficinas e ainda ouvir a leitura do poema! Parabéns, Felipe! tenho certeza que o grupo que participou da oficina também te agradece por transformar as discussões de todos em algo tão vivo e permanente!
Parâmetros para o Trabalho Social com famílias no CREAS: uma proposta de Campinas/SP
Eu acompanhei a notícia do lançamento do documento “Parâmetros para o Trabalho Social com famílias na Proteção Social Especial de Média Complexidade“ pela Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social (SMCAIS) de Campinas/SP que ocorreu no final de 2015 e estava na expectativa da disponibilização do mesmo em meio digital para compartilhar com vocês, considerando que o trabalho com famílias no PAEFI não conta ainda com um caderno de Orientações Técnicas mais específico pelo MDS (questão que está entre os assuntos mais buscados e comentados aqui no Blog). E como ele está disponibilizado, comporá nosso rol de sugestões de leitura aqui! 🙂 Ressalta-se que o documento diz especificamente de um Município que busca organizar a oferta do serviço bem como compartilhar essas experiências, assim, a leitura do material precisa estar contextualizada. Veja um trecho do documento: “Este documento apresenta uma proposta de metodologia de Trabalho Social com Famílias no CREAS, especialmente no Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) da cidade de Campinas. Tal metodologia foi formulada a partir de um processo de estudos e reflexões, conduzido pela Profa. Dra. Regina Célia Tamaso Mioto junto aos trabalhadores que executavam o PAEFI, no período de agosto de 2012 a dezembro de 2013. (…) Por fim, a proposta metodológica é apresentada em tópicos que enfocam os caminhos percorridos no processo de construção da proposta, na definição de marcos teórico-metodológicos e no trabalho das equipes de atendimento, apoio técnico e de coordenação do CREAS”. Pág 13. Clique para BAIXAR: Parâmetros para o Trabalho Social com famílias na Proteção Social Especial de Médica Complexidade Fonte e para saber mais visite: Secretária Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social – SMCAIS Parabéns aos responsáveis pela elaboração e publicação do documento. Experiências compartilhadas se tornam luz para muitas realidades sombreadas e consequentemente em perspectivas mais reais de trabalho! Boa leitura!
Mais praticidade nas inscrições para os Encontros e Hangouts abertos do Blog
Agora ficou mais fácil e prático participar dos nossos Encontros e Hangouts gratuitos através do Canal do Blog no YouTube. Basta você se inscrever, uma única vez, e sempre que agendarmos os eventos você receberá as informações e o link de transmissão em seu E-mail. Mesmo que você já participou dos Encontros anteriores, eu peço a gentileza que se inscreva também neste formulário, assim ficará no mesmo arquivo de registro dos demais interessados – A partir do próximo evento, este será o único banco de endereços que usarei para enviar os links da transmissão Não sabe como funciona os Encontros? Veja AQUI INSCREVA-SE GRATUITAMENTE! QUERO PARTICIPAR
O saber é circular e está em toda forma de expressão

Meus amados colegas e leitores, vocês viram meu nível de expectativa para participar do II Encontro das Psicólogas (os) de Minas Gerais no último Post. Pois é, hoje venho compartilhar as fotos do evento e dizer que eu sobrevivi e ainda tive a honra de estar com a Simone Albuquerque! Sabe aquela história de quando está bom pode melhorar? foi assim que eu me senti! 😉 Vocês já sabem o quanto sou agradecida pelas oportunidades de encontros com colegas do SUAS e por cada desafio! Esse evento foi mais um desafio e mais uma oportunidade de (re)encontrar com pessoas que significam muito na minha formação com o Blog e na minha prática. (depois vou fazer um Post sobre gratidão, generosidade e humildade, aí vocês vão entender melhor porque estas situações são tão significativas pra mim). Carlos Denis, Obrigada! Foi um prazer conhecê-lo. Eu, Márcia Mansur, Débora Akerman e Simone Albuquerque ! Que alegria estar com vocês e poder conhecer a Simone! grata pelo presente 🙂 A felicidade do reencontro! Com Érica Rocha Comunicar, mobilizar – afetAÇÂO Participação linda e tão importante! Mostrando o quanto é importante esses espaços para reflexões e troca de experiência! A vocês, meus companheiros de jornada, sou imensamente grata por estarem comigo aqui e por me darem feedback ao vivo! Saibam que vocês me ajudam muito mais! Os sonhos são nossos, mas eles só se realizam com e pelos outros! Uma vez realizado, conhecemos seu start, mas nunca seu ponto final. Por isso sonho todos os dias e em cada realização vou mantendo-os vivos, mas transformados! Quero dizer que o Encontro foi uma demonstração da arte de fazer falar, escutar, dialogar e de se comunicar verdadeiramente com um grupo. Parabéns ao CRP-MG (À Comissão de Psicologia e Política de Assistência Social do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais – ) pelo formato do evento! O saber é circular e está em toda forma de expressão #gratidao Por fim, um poeminha suscitado por essa experiência. Nem vou me acanhar, porque a culpa dele é toda de vocês 🙂 MINHAS GERAIS Minas, minha escola Gerais, me tornei psicóloga Minas, poder te visitar Gerais, para poder dialogar Minas, uma simples chuva Gerais, falar de cultura, Minas, um pão de queijo Gerais, contribuir com a psicologia, desejo! Minas, tenho que partir Gerais, mas saio a sorrir Minas, espero voltar Gerais, para a mudança introjetar
II Encontro Mineiro de Psicólogas e Psicólogos do SUAS

Acontecerá na próxima Sexta-feira (26/02) o II Encontro Mineiro de Psicólogas e Psicólogos do SUAS: Conversações sobre o cotidiano. Evento organizado pelo Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais através da Comissão de Psicologia e Política de Assistência Social do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais. O evento compõe a agenda preparatória para o Congresso Regional de Psicologia/MG, uma das etapas para a realização do CNP 2016. Eu estou radiante pela oportunidade de dialogar com as psicólogas de Minas a convite da Comissão. Voltar ao Estado onde me tornei psicóloga (me formei em Barbacena – UNIPAC/2008 <3 ), para falar sobre a minha prática, me traz um sentimento de responsabilidade e de imensa gratidão pelos caminhos que escolhi percorrer ainda na graduação. Gratidão também pelas gentes que encontro virtualmente e que tem a cada dia tornado presencial! (neste evento, em especial: Déborah Akerman , Carlos Denis e a Márcia Mansur pela direção permitida e apontada em 2013). Espero que seja um evento proveitoso para todas e todos e que eu possa encontrar/ conhecer muitos profissionais leitores do Blog 😉 Se é possível obter água cavando o chão, se é possível enfeitar a casa, se é possível crer desta ou daquela forma, se é possível nos defender do frio ou do calor, se é possível desviar leitos de rios, fazer barragens, se é possível mudar o mundo que não fizemos, o da natureza, por que não mudar o mundo que fazemos, o da cultura, o da história, o da política? Paulo Freire, 2000 Até breve!
Estatuto da Pessoa com Deficiência: Lei Brasileira de Inclusão

O Estatuto da Pessoa com Deficiência – Também chamada de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – LBI, foi sancionada em Julho de 2015 e entrou em vigor em Janeiro de 2016. Os serviços para PCD no SUAS ainda não estão tão implementados, principalmente nos municípios de médio e pequeno porte a oferta desses serviços ainda é pontual e não tem ainda uma agenda contínua de ações e nem estão reorganizados para dar conta física e tecnicamente das demandas. Mas este Post têm a intenção de divulgar a LBI e alguns links para aprofundarmos neste assunto e entender que este Estatuto trará maior visibilidade e urgência no aprimoramento e expansão dos serviços, no âmbito do SUAS e nos demais setores públicos e privados. A Proteção Social Básica é responsável pela oferta de 03 Serviços, PAIF, SCFV e o Serviço da PSB no DOMICÍLIO para pessoas com deficiência e idosas. Este último é pouco implementado (nas pequenas e/ou médias cidades que já visitei não se tem este serviço implantado e há uma dúvida de como ele funcionaria, já que não se especifica qual equipe faria isso, se é a mesma do PAIF, porque ele é denominado como um serviço? e outra questão é o numero insuficiente de trabalhadores), o que é mais comum são atividades pontuais com as pessoas com deficiência no PAIF, ou algumas tentativas de priorizar os beneficiários do BPC, mas ainda com dificuldades de alcance no território e da vigilância para saber quem são e onde estão essas pessoas, bem como quais são suas necessidades. Na Proteção Social Especial também têm serviços, na média e alta complexidade, mas segue a realidade da PSB se ainda não tem implantado os Centro-dia e/ou Residências Inclusivas. Sobre a falta dos serviços vale lembrar que os CREAS estão presentes nos Municípios com mais de 20.ooo hab. (salvo aqueles Municípios que aderiram a regionalização dos serviços) – assim como é com os serviços da alta complexidade, os quais também precisam ser regionalizados. Centro-dia de referência: O Centro-dia é uma unidade do SUAS que oferta o Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência e suas Famílias. Este serviço é voltado às pessoas com deficiência que, devido à situação de dependência de terceiros, necessitam de apoio para a realização de cuidados básicos da vida diária, como os auto cuidados, arrumar-se, vestir-se, comer, fazer higiene pessoal, locomover-se e outras, e também de apoios para o desenvolvimento pessoal e social, como levar a vida da forma mais independente possível, favorecendo a integração e a participação do indivíduo na família, no seu entorno, em grupos sociais, incentivo ao associativismo, dentre outros apoios. (Fonte: MDS) LEIA todas as orientações AQUI (em Perguntas Frequentes) Sobre o Serviço de Acolhimento Institucional: Residências Inclusivas Leia AQUI Na teleconferência do MDS realizada em Setembro de 201 (já após sanção da LBI) tanto a Secretária Nacional, Ieda Castro, quanto as demais técnicas presentes, falaram sobre a importância de reordenar os serviços paras as PCD no SUAS, bem como implantar e implementar os Centro-Dia e as Residências Inclusivas. Veja Teleconferência do MDS: Debate o direito de pessoas com deficiência e suas famílias à assistência social – concepções e desafios perante a Lei Brasileira de Inclusão (LBI). Leia a reportagem da EBC Por Victor Chagas ( Agência Brasil) que destaca algumas mudanças importantes com a LBI. Entra em vigor neste sábado (2) o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que traz regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades dos deficientes com o objetivo de garantir a essas pessoas inclusão social e cidadania. A nova legislação, chamada de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, garante condições de acesso a educação e saúde e estabelece punições para atitudes discriminatórias contra essa parcela da população. Hoje no Brasil existem 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. A lei foi sancionada pelo governo federal em julho e passa a valer somente agora, 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União. Menos abusos Um dos avanços trazidos pela lei foi a proibição da cobrança de valores adicionais em matrículas e mensalidades de instituições de ensino privadas. O fim da chamada taxa extra, cobrada apenas de alunos com deficiência, era uma demanda de entidades que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência. Quem impedir ou dificultar o ingresso da pessoa com deficiência em planos privados de saúde está sujeito a pena de dois a cinco anos de detenção, além de multa. A mesma punição se aplica a quem negar emprego, recusar assistência médico-hospitalar ou outros direitos a alguém, em razão de sua deficiência. Veto Um trecho que foi vetado pela presidenta Dilma Rousseff na época de sua sanção, porém, gerou críticas. O projeto de lei aprovado pelos parlamentares obrigava empresas com menos de 100 funcionários a contratarem pelo menos uma pessoa com deficiência. Atualmente, a obrigação vale apenas para as empresas com 100 trabalhadores ou mais. O veto foi considerado pela deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), relatora da proposta na Câmara, uma “perda irreparável”. Cotas De acordo com o estatuto, as empresas de exploração de serviço de táxi deverão reservar 10% das vagas para condutores com deficiência. Legislações anteriores já previam a reserva de 2% das vagas dos estacionamentos públicos para pessoas com deficiência, mas a nova lei garante que haja no mínimo uma vaga em estacionamentos menores. Os locais devem estar devidamente sinalizados e os veículos deverão conter a credencial de beneficiário fornecida pelos órgãos de trânsito. A legislação exige também que 10% dos dormitórios de hotéis e pousadas sejam acessíveis e que, ao menos uma unidade acessível, seja garantida. Mais direitos Outra novidade da lei é a possibilidade de o trabalhador com deficiência recorrer ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço quando receber prescrição de órtese ou prótese para promover sua acessibilidade. Ao poder público cabe assegurar sistema educacional inclusivo, ofertar recursos de acessibilidade e garantir pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, de acordo com a lei. Para escolas inclusivas, o Estado deve oferecer educação bilíngue, em Libras como primeira
Grupo de Estudos em Rede sobre o SUAS – GERE

Oi pessoal, divulgo para vocês um projeto muito especial de trabalho. Na semana passada divulguei na nossa fan page e no Consuas e muitas pessoas se interessaram, o que me deixou profundamente animada, por isso agora eu apresento a vocês as orientações quanto ao funcionamento do grupo e espero ter vocês juntos comigo nesta empreitada. Obrigada por vocês me inspirarem sempre! Conheça as razões da criação e as vantagens de participação no Grupo de Estudos em Rede sobre o SUAS Milhares de profissionais do SUAS ainda não tiveram a oportunidade de realizar capacitações na área e outros milhares já realizaram pelo CapacitaSUAS ou por capacitações privadas. Mas mesmo estes que já realizaram capacitações se veem no dia a dia sem uma agenda contínua de qualificação porque a operacionalização objetiva e imediata das ações ocupam a maior parte do tempo. Portanto, na correria para dar conta das infinitas tarefas dos serviços, o tempo para estudos e estudos de casos são raros ou pontuais. E nesse imbróglio os trabalhadores acabam não dominando os objetivos, os princípios e as diretrizes da Política e Serviços nos quais estão diariamente dispondo equivocadamente sua energia. Há os casos em que os profissionais já têm um domínio maior, mas ainda é necessário discutir em coletivo o que propõe a política e como ela poderá ser materializada, ou modificada segundo a realidade de cada região. Outro ponto incentivador para a formação deste grupo é a constatação feita após algumas avaliações de profissionais que participam de capacitações e muitas vezes se queixam que não veem muita informação nova e que já estão ‘cansados’ de rever as questões propostas nos cadernos e normativas. Porém, minha experiência demonstrou que muitos profissionais conhecem fragmentos dos documentos e que por consequência disso tem uma interpretação equivocada sobre alguns pontos que são decisivos na implementação e qualificação da oferta dos serviços – recortes de Legislação e cadernos temáticos, demonstrados através de Slides, não significam muito se o participante não considerar a leitura e estudos dos documentos. Assim, torna-se relevante a proposição de uma rede capaz de possibilitar uma leitura sistemática, reflexiva e crítica acerca desses materiais, facilitando a aquisição de ferramentas para melhorar o trabalho e quem sabe até transformar a própria política. Esta proposta também cria condição flexível e acessível para os profissionais que muitas vezes se sentem sem estímulos e sozinhos quanto aos seus sonhos e objetivos de qualificação profissional – por ex.: para aqueles profissionais que almejam concurso público e para aqueles que querem aprimorar o conhecimento mas não têm espaço para isso na rotina de trabalho e estudos. O conhecimento não entra na sua vida sem a sua permissão, então o meu convite é a você que quer adquirir, aprimorar ou contribuir com um grupo, também disposto a repensar, diariamente, a sua prática. Objetivos do GERE Promover a leitura reflexiva e a análise crítica acerca dos objetivos e diretrizes da Política Nacional de Assistência Social e dos serviços ofertados pelo SUAS, e de demais Políticas Nacionais de área afins; Facilitar a interação e troca de experiências entre diversos profissionais que atuam no SUAS em diferentes regiões do País; Colaborar nos estudos de profissionais interessados em concursos públicos na área de Assistência Social. Elaborar e publicar textos críticos acerca dos documentos que norteiam a materialização dos serviços do SUAS juntamente com os participantes do grupo que se interessarem pela produção. Público Alvo • O Grupo de estudos é destinado a todos os profissionais que atuam no SUAS QUER PARTICIPAR? Preencha o Formulário de inscrição [googleapps domain=”docs” dir=”forms/d/1sezuxr3xnu60Cf9HAYks4DpSakkENSP1JVlmnuy0uBA/viewform” query=”embedded=true” width=”760″ height=”500″ /] Contato: rozana@consuas.com.br
Cartilha sobre A Psicologia e a população em situação de rua

O Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais – CRP04 lançou recentemente a Cartilha A Psicologia e a população em situação de rua: Novas propostas, velhos desafios/2015. A cartilha é resultado da pesquisa “Atuação profissional de psicólogas e psicólogos em políticas para a população em situação de rua”, realizada pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop). De acordo com o CRP-MG o objetivo deste estudo é compreender a inserção do psicólogo nas políticas públicas para a PSR no âmbito do estado de Minas Gerais. Para que isto seja possível recorremos aos dados colhidos pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop),unidade do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), na pesquisa “Atuação profissional de psicólogas e psicólogos em políticas para a população em situação de rua”. Especificamente, são utilizadas informações relativas ao mapeamento, aos três grupos de discussão – dois deles contaram com a participação de outros profissionais além do psicólogo – e às três entrevistas com psicólogos. Buscamos identificar as práticas utilizadas por esses profissionais e os aspectos contextuais que as possibilitam, viabilizando uma análise crítica sobre o fenômeno. CLIQUE para BAIXAR a CARTILHA A Psicologia e a População de Rua A psicologia e a população em situação de rua : novas propostas, velhos desafios. Conselho Regional de Psicologia Minas Gerais (CRP-MG), organizador. -Belo Horizonte : CRP 04, 2015.87 p. BOA LEITURA! 🙂 Acompanhe o Blog também pelo Facebook, clique AQUI
Novo Caderno de Orientações PAIF e SCFV

Para afinar ainda mais os serviços PAIF e SCFV, o MDS/SNAS lançou mais um caderno de orientações. Neste, o objetivo é discorrer sobre a importante e necessária articulação entre os serviços na PSB. De acordo com o MDS/SNAS, o presente documento pretende contribuir para as discussões acerca da organização e operacionalização do PAIF e do SCFV, fornecendo elementos para que gestores municipais e equipes da proteção social básica atuem conforme os conceitos e diretrizes estabelecidos nas normativas vigentes (grifo). Com esse intuito, o material está estruturado em dois eixos: a gestão territorial e a execução dos serviços (MDS,2015). É um documento com linguagem bem direta e didática quanto aos principais pontos da execução destes serviços, retomando questões dos cadernos já publicados pelo MDS. Vou ler tudo e tirar mais impressões. Mas considerando as nossas discussões nos debates ao vivo, já considero uma publicação pertinente porque poderá elucidar muitas dúvidas . BAIXAR – MDS – Caderno de Orientações -Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família e Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos: Articulação necessária na Proteção Social Básica. MDS, 2015. ou baixe pelo Site MDS. Boa leitura e bons estudos! 🙂
Funções da coordenação das unidades do SUAS

VERSÃO REVISTA, CORRIGIDA E ATUALIZADA EM JANEIRO DE 2021 [i] Problematizar e propor reflexões sobre os “bastidores” das funções do profissional que ocupa o cargo de coordenação nas unidades que ofertam os serviços socioassistenciais são os objetivos deste texto. As atribuições deste cargo nos CRAS, CREAS, Centro pop, unidades de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes, idosos e os demais públicos, estão elencadas em todos os cadernos de orientações técnicas das respectivas unidades – se você não conhece ou quer rever, veja o anexo deste texto. Quanto ao cargo e sua ocupação O cargo de coordenação está previsto na Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social – NOB/RH-SUAS 2006. A(o) profissional que exerce esse cargo compõe a equipe das unidades e deve ser, assim como os demais trabalhadores, concursada(o). Este é um ponto central, porque ao regulamentar a composição da equipe, o SUAS aponta as diretrizes para a desprecarização dos vínculos trabalhistas e visa romper com a rotatividade de profissionais, descontinuidade dos serviços e com campos fluídos dotados de interesses meramente políticos e pontuais. No entanto, passados dez anos do Sistema Único de Assistência Social – SUAS e algumas atualizações na Legislação e nos marcos legais – como Exemplo: Resolução CNAS nº 17/2011 e NOB/RH-SUAS comentada, o cenário é ainda carregado da velha política e do despreparo técnico daqueles à frente da Assistência Social nos Municípios. Acredito que a forma de admissão é a gênese de muitos problemas na composição das equipes. Não pretendo me alongar neste ponto, mas acho interessante ilustrar este parágrafo com trechos de duas Leis Municipais (disponíveis na internet) que cria, equivocadamente, os cargos de coordenação do CRAS E CREAS: O profissional que coordena uma unidade na rede socioassistencial é equipe técnica! Eu estou evidenciando aqui, sobretudo, os aspectos éticos e os desafios quanto ao relacionamento interpessoal para que seja trabalhado o surgimento e manutenção do trabalho ético político das equipes do SUAS, e mais uma vez, a coordenação não é cargo político, é técnico. Assim, quero recorrer a trechos da NOB/RH-SUAS Anotada e Comentada que foi elaborada pela Stela Ferreira em 2011. AS equipes de referência para os Centros de Referência da Assistência Social – CRAS [válido também para as demais unidades socioassistenciais] devem contar sempre com um coordenador, devendo o mesmo, independentemente do porte do município, ter o seguinte perfil profissional: ser um técnico de nível superior, concursado, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais. Considerando que as equipes de referência são compostas por diferentes categorias profissionais, do ponto de vista da gestão do trabalho, a coordenação do CRAS [válido também para as demais unidades socioassistenciais] fomenta o trabalho articulado entre os profissionais, estimulando a troca de conhecimentos e a produção de novos saberes. Ao mesmo tempo, reconhece as necessidades de capacitação e formação continuada da equipe que coordena com vistas a superar dificuldades e melhorar a qualidade dos serviços. (NOB/RH-SUAS Anotada e Comentada, pág.31). A qualidade técnica dos serviços ofertados e a persistente caminhada nos trilhos da Política Nacional de Assistência Social e ao da ética, estão atreladas ao desempenho do coordenador, e como esta compreensão desencadeou este texto, vou me ater mais a estes aspectos, ou seja, às habilidades técnicas e interpessoais do profissional que exerce o cargo de coordenação no SUAS. De quais formações podem ser estes profissionais? A Resolução CNAS 17/2011 cita nove categorias que poderão compor a gestão do SUAS: Assistente Social; Psicólogo; Advogado; Administrador; Antropólogo; Contador Economista; Economista Doméstico; Pedagogo; Sociólogo e Terapeuta ocupacional (CNAS, Art.3º) – recorrer a esta resolução evitará que gestores elaborem Editais (quando elaboram e há concurso ou processo seletivo temporário) e estabeleçam que apenas pedagogos ou administradores, por ex., poderão pleitear a vaga de coordenador. A gestão do trabalho, se bem implementada, será a grande aliada do gestor ao definir a (s) categoria (s) necessárias para as demandas locais, de acordo com o que já está regulamentado, para cada cargo de gestão na efetivação do SUAS no Município. Responsabilidades e compromissos qualitativos inerentes ao cargo Uma porcentagem significativa das fragilidades operacionais, técnicas e interpessoais enfrentadas pelos profissionais do SUAS carecem de intervenções por parte do coordenador – muitas vezes, as consequências de sua falta de habilidade/perfil para o cargo é que agrava a situação no campo de trabalho. Tenho inúmeros exemplos reveladores dessas situações (contatos via e-mail; supervisões técnicas e outras experiências, como a que relato a seguir: Em uma palestra realizada no VI Encontro de Gestores Municipais da Assistência social da Bahia, onde eu e mais duas profissionais proferimos sobre “Teorias e práticas no SUAS: reflexões e desafios para a atualidade”[iii] experenciei desdobramentos desses problemas. Ao longo do debate, após algumas perguntas, eis que surge uma bem afoita e direta: “os que vocês têm a dizer quando o trabalho não acontece porque as duas profissionais, assistente social e psicóloga, nem se falam”? a reação da plateia foi entre “dar de ombros”, burburinhos e alguns risos, como se dissessem: quem é essa soltando essa pérola aqui? Eu entendi que a pergunta dessa profissional tinha todo sentido. Mas a mesa também tratou de adiantar os pontos e dizer bem educadamente que ali não era lugar para tratar dessas questões rotineiras. Pelo andar da hora, foi impossível retomar a palavra e acho que se tivesse a oportunidade eu não teria falado algo significativo, tamanho meu sobressalto pela reação da plateia e da mesa. O que me fez pensar que a proposta da discussão talvez não tivesse alcançado o esperado. Mas o ato de fazer a pergunta pode suscitar alguma solução para aquela profissional, porque refletir sobre o trabalho ela já estava se permitindo fazer! Refleti o quanto aquela pergunta era reveladora das consequências da precarização dos vínculos trabalhistas e das relações de trabalho no dia a dia. Uma pena que ela não foi escutada e nem teve a fala valorizada. Este exemplo ajuda na reflexão e acentua que a coordenação, além dos desafios teóricos, metodológicos e operacionais/administrativos inerentes ao cargo, a habilidade para gerir pessoas