Ainda dá tempo de participar da pesquisa sobre Violência vivida por profissionais da Assistência Social.
Participe da pesquisa: Violência vivida por profissionais da Assistência Social

Passando aqui para compartilhar um convite da pesquisadora Gabrielli Sobral Dias, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estado e Sociedade, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), sob orientação da Profa. Dra. Sandra Neves Nunes para participação na pesquisa intitulada Violência vivida por profissionais da Assistência Social quando reproduzidas por usuários dos serviços: fatores de risco psicossociais e associação com variáveis sociodemográficas e sócio-ocupacionais. O estudo tem como objetivo investigar a prevalência de violência relacionada ao trabalho e os fatores de risco psicossociais associados à violência sofrida por profissionais do Sistema Único de Assistência Social – SUAS – quando exercida por usuários dos serviços. Além disso, busca-se examinar as influências de variáveis sociodemográficas e sócio-ocupacionais sobre as distintas formas de violência e sobre os fatores de risco psicossociais relativos às violências sofridas. Para participar, é só entrar neste link e preencher o formulário da pesquisa: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScWuzyUvkiXe_aXfh9E2E0cnXx2-yaCS80j3JsDc4GXk008Pw/viewform?usp=header
Linha do Tempo: uma metodologia viva para trabalhar histórias, vínculos e territórios no SUAS

Antes de apresentar o texto proposto no título, deixa eu falar com vocês, porque quem é vivo, sempre aparece! Ainda bem!! Depois de um bom tempo sem aparecer por aqui, volto com o coração cheio de entusiasmo para compartilhar uma nova contribuição. E é uma contribuição bem aguardada por mim. Sempre admirei o grupo que vou apresentrar à vocês hoje! Os últimos meses foram marcados por projetos, mudanças e desafios na vida profissional e, como acontece com muitas de nós no SUAS, às vezes é preciso se recolher um pouco para reorganizar, refletir e seguir em frente com mais consistência e sentido. Mas a vontade de estar aqui, trocando, nunca desapareceu. E é com alegria que compartilho com vocês uma ferramenta que, espero, poder inspirar, apoiar e fazer sentido na prática na assistência social. E aproveito para dizer que o projeto no Substack continua de pé! Vou escrevendo à medida que for possível, sem pressa, mas com muita vontade de seguir contribuindo. E como prometido: os textos e contribuições de utilidade pública continuarão com acesso 100% livre pelo BPS e pelo Substack, porque compartilhar conhecimento é, também, um ato político e um compromisso com o fortalecimento do SUAS. Aproveito para agradecer ao Coletivo Articulando Redes, em especial, à Márcia Mansur, pela confiança em dividir essa contribuição por meio deste espaço potente e ainda necessário que nunca perde o jeitim especial de juntar gente do SUAS (ainda mais de Minas!!). Tomara que a proposta circule, se espalhe, chegue a muitos territórios e que possa ser adaptada, reaproveitada e fortalecida por cada profissional que encontrar nela uma inspiração ou um ponto de partida. Vamos ao texto: Linha do Tempo: uma metodologia viva para trabalhar histórias, vínculos e territórios no SUAS, Por Márcia Mansur Saadallah – Coletivo Articulando Redes A história de um território é, em essência, a história das pessoas que o habitam. Cada rua, praça e cada cantinho guarda memórias que, quando compartilhadas, fortalecem os laços comunitários e promovem uma compreensão mais profunda do coletivo em que vivemos. Uma maneira criativa e dinâmica de explorar essas histórias é através da construção de uma linha do tempo coletiva. Esse texto apresenta a metodologia Linha do Tempo, uma ferramenta desenvolvida pela professora Márcia Mansur Saadallah, criada para fortalecer o trabalho com narrativas, memórias e vivências territoriais. . Desde a sua criação, a metodologia tem sido aplicada em diferentes contextos e projetos com o propósito de fortalecer vínculos, promover refl exões coletivas e valorizar as vivências locais. Nos últimos oito anos, o Coletivo Articulando Redes1 tem difundido e aprimorado essa prática em parceria com profi ssionais, comunidades e territórios da Proteção Social Básica e Especial do SUAS em Belo Horizonte e região metropolitana. Ao longo deste percurso, a Linha do Tempo tem se mostrado uma potente estratégia para estimular a participação e integração de pequenos grupos. Utilizada em campanhas, eventos, ofi cinas e ações comunitárias, além de formações com profi ssionais da Assistência Social, a Linha do Tempo é uma técnica que possibilita versatilidade na execução para melhor adaptação ao contexto. Pensando nos objetivos da política, especialmente nos objetivos que tange às ações desenvolvidas pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e no Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), esta técnica visa o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, a promoção da escuta e valorização das histórias de vida das/os usuárias/os. Também favorece a promoção do acesso a direitos e a formação de territórios mais protetivos. Essencialmente pensada para o trabalho com grupos, a partir da partilha de relatos e da reconstrução das trajetórias pessoais, os participantes ampliam sua compreensão sobre suas próprias histórias, além de compartilharem vivências comunitárias e territoriais. Nas experiências do Coletivo Articulando Redes, a Linha do Tempo é o primeiro momento de integração do grupo: é a acolhida, o início da formação de laços, quando cada pessoa ainda não se reconhece parte de um coletivo. Cada participante chega com suas próprias ideias, sentimentos e objetivos para o encontro – memórias que, juntas, começam a compor uma narrativa comum. Para facilitar a compreensão e a replicação da técnica, apresentamos abaixo uma fi cha ilustrada com o passo a passo detalhado de sua aplicação. A partir das histórias individuais, tecidas no chão comum do território, criam=se histórias coletivas. Ao organizar as narrativas e os acontecimentos em uma sequência temporal, começa a ganhar sentido o território vivido pois se encontram na similaridade com a história do outro, no reconhecimento de cenários, nos fatos históricos, nas lutas comunitárias, nas desproteções e riscos, nas proteções e potencialidades, na solidariedade e no comum. Dessa forma, a ferramenta fortalece o sentimento de pertencimento e os vínculos entre os sujeitos, estimulando o diálogo, a troca de saberes e a valorização das histórias de cada indivíduo. Isso permite que compreendam seu papel dentro do grupo ou comunidade, contribuindo para a construção e o fortalecimento de uma identidade coletiva (KOGA, 2011). O uso da Linha do Tempo enquanto uma técnica para trabalhos comunitários também contribui para a formulação de estratégias mais alinhadas às realidades locais. Ao registrar memórias e vivências em determinado espaço, é possível compreender melhor as transformações dos territórios e as necessidades das comunidades, possibilitando intervenções mais efi cazes e colaborativas. Quando um grupo de pessoas se reúne para discutir seus problemas, muitas vezes sentidos como exclusivos de cada um dos indivíduos, descobrem existirem aspectos comuns, decorrentes das próprias condições sociais de vida; o grupo poderá se organizar para uma ação conjunta visando a solução de seus problemas. E aquelas necessidades, que sozinhos eles não podiam satisfazer, passam a ser resolvidas pela cooperação entre eles. (LANE, 2006, p. 69) Sendo assim, acredita-se que esta técnica também possibilita o que se pode chamar de “micro-vigilância”, ou seja, a análise e diagnóstico mais próximo da situação e realidade do território e suas ruas, bairros e vizinhanças para intervenções mais apropriadas aos contextos. A Linha do Tempo pode ser um importante disparador de refl exões que se desdobram em ações e
Aos 15 anos, o BPS debuta uma nova jornada: virou newsletter

Newsletter: Publicação periódica enviada por e-mail que reúne informações, atualizações e textos. O objetivo é manter uma escrita mais aprofundada, humanizada e pessoal – algo que não consigo fazer nas redes digitais, como o Instagram – e reforçar as críticas e proposituras que já são minha marca registrada. Minha intenção é engajar e informar colegas psicólogas/os e demais profissionais que quiserem chegar. 15 anos!! Uma década e meia de uma história costurada no exercício da minha profissão. Ainda estudante, eu almejava ser uma psicóloga ativa, interessada e interessante. Hoje, sou uma psicóloga orgulhosa da minha trajetória, mas ainda muito exigente na autocrítica. Eu queria ser inteligente, mas sou apenas esforçada. O fato de ter começado a estudar somente aos oito anos de idade (na zona rural) pode explicar muita coisa; no entanto, agora sei que não é só isso. Mas o fato é que estou sempre tentando reduzir algum atraso, veja que coisa! — Em outra ocasião posso falar mais a respeito. A esta altura, você pode ter percebido um certo pessimismo temperado com uma dose de drama. E você observou bem. Sempre me impressiona como algumas pessoas entregam pouco e, ainda assim, se vangloriam do que fazem. Com a “tiktokrização” do mundo, a superficialidade na abordagem de temas inerentes à Psicologia e ao cotidiano se torna ainda mais evidente. Não tenho coragem de ser medíocre, nem quero — posso até sê-lo sem saber, mas aí já é outra história! Por isso, hesitei em continuar escrevendo para o BPS. Este é apenas um dos motivos que me levaram a diminuir a frequência de publicação. É preciso ser sincera: mesmo com o advento avassalador das redes digitais, o blog continuou recebendo visitas e acessos aos textos e materiais publicados. Ou seja, havia espaço para seguir existindo e alcançando quem também não aprecia mediocridade. Mas eu me irritava cada vez mais ao me deparar com cópias descaradas de meus textos ou dos textos das profissionais colaboradoras que publicaram no blog por um bonito período. De vez em quando, surgem plágios e ideias copiadas sem o menor pudor (houve uma conta que publicou uma imagem que criei exclusivamente para o BPS — eu, na minha “loucura” de edição do blog, chegava a produzir até imagens!). O argumento da pessoa foi que a imagem poderia ter sido gerada por IA e que ela não conhecia o BPS. Medíocre! Ela já havia utilizado trechos de outras imagens e textos do BPS em seus cursos. Dias atrás, inscrevi-me em um curso cujo tema era quase idêntico a um dos meus textos de maior alcance no blog. Entrei desconfiada e saí convicta de que a pessoa lera o texto que escrevi, mas não foi capaz de citá-lo como referência. As pesquisadoras também me irritaram muito por um tempo. Hoje entendo melhor, mas ainda assim é possível diferenciar quem é medíocre de quem é parceira e reconhece o trabalho pioneiro do BPS — um espaço que se mostrou mais relevante para o suporte a profissionais que ingressaram no SUAS do que muitas produções científicas precárias publicadas por aí. Mas, é claro, as revistas científicas não vivem apenas de publicações precárias! E é muito gratificante perceber que determinada pesquisadora se baseou em reflexões do BPS, identificou lacunas de pesquisa e as colocou em prática. Isso é lindo e engrandece o BPS, pois não é à toa que, mesmo sem atualizações há meses, ele ainda é lembrado e acessado por tantas trabalhadoras, professoras e pesquisadoras do SUAS. A seção de lamúrias acabou! Agora quero enaltecer a grandeza deste feito, tanto profissional quanto pessoal. Dois momentos me fizeram acreditar que o BPS era para valer, que havia tomado uma proporção de reconhecimento jamais imaginada. O primeiro foi quando fui convidada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), em 2013, para participar de uma transmissão ao vivo ao lado da profa. Lúcia Afonso e de uma representante do MDS. (No mundo pós-pandemia, lives com as/os ícones da Psicologia e do SUAS são comuns, mas, naquela época, eu procurava vídeos de Ana Bock e de outras referências, e ficava indignada por não encontrar quase nada.) Vale registrar que retomar as produções de Lúcia Afonso, estudar Bader Sawaia e Maria da Graça foi a astúcia mais acertada para eu não me sentir sozinha, nem “menos Psi” por iniciar o trabalho no SUAS. O segundo momento foi quando Marcus Vinícius — isso mesmo, o Matraga — seguiu a página Psicologia no SUAS no Facebook. Aquilo foi a glória, mas também, para não perder o costume, pensei: “Poxa! Se nem Marcus Vinícius tem as respostas, serei eu que as terei? Tá difícil, hein, profs?” (risos envergonhados). O segundo me remete a outro episódio, que integro neste texto como bônus: quando participei da mesa de lançamento do livro de Luane Santos. Naquela época, conhecer uma autora de livros era considerado um feito surreal. Eu havia divulgado o livro no BPS e ele super bombou! Daí em diante, surgiram muitos encontros genuinamente orgânicos e potentes. Quanta beleza cabe em um trabalho produzido com honestidade e ética! Houve também muitos erros, sobretudo de escrita, fruto da minha limitação à época. Ainda assim, nunca escondi que o blog surgiu como uma meta pessoal para melhorar duas áreas da minha vida: a organização e a escrita. A organização ainda não consegui aprimorar: neste momento, meu PC deve ter umas sete cópias da tipificação, além de dezenas de materiais repetidos em múltiplas pastas e unidades de armazenamento. Quanto a escrita, posso dizer que melhorei bastante e sigo avançando. Entre lamúrias e vitórias, tenho muito a dizer ainda; por isso, quero continuar a escrever sobre o que me encanta e espanta ao longo da minha caminhada profissional. Contudo, estou mais amadurecida e pretendo atrair leitoras e leitores mais solidários e engajados; definitivamente, não quero usurpadoras(es). Para você que acompanha meu trabalho pelo Blog Psicologia no SUAS ou que está chegando agora, poderá continuar acompanhando, interagindo e se inspirando com minhas ideias por meio de um novo espaço – o Substack –, que garantirá
Gusttavo Lima, benefícios, programas socioassistenciais e você

O que tem a ver Tchê, tchê, tchê, tchê Benefício eventual e você Pega a situação. Dinheiro da saúde e educação sendo usado de milhões. Na Assistência Social só alguns tostões Então, não, não seja a pessoa que vai questionar porque a Maria, o José, o Enzo, a Valentina estão requerendo uma fatia de proteção social material pra sobreviver. Um naco sedativo que age como semblante para um esquema de manutenção de mi/bilhões nos bolsos de poucos não precisa de interceptação, mas sim de insurreição. Tatue isso na sua mente: Trabalhadora(o) do SUAS não é zeladora(r) do sono dos milionários e nem dos em ascensão em cargos de poder. Esses poderosos são especialistas em esquemas para aumentar a fortuna (olha os vídeos do sertanejo em questão de 2011 e depois olha os atuais….). É estúpido a gente comparar a vida dele e das gentes que diferente dele não têm direito a moradia, transporte, alimentação, saneamento básico, CULTURA, lazer, esporte…. O dele é direito? Não, né. Da pra ver que a fortuna deles, em relação às pessoas que usam o SUAS, o SUS a educação, não é alheia. Ela foi surrupiada…. E assim, enquanto que a fortuna que era pública passa a ser privada e colocada no status do mérito, o privado da pessoa pobre passa a ser público para ser controlado. Controlado! Por quem? Definitivamente, o problema da Assistência Social não é o aumento dos pedidos de benefícios e programas. O problema da assistência social, que também é da educação, da saúde, da segurança alimentar e nutricional, da cultura …. é porque alguns artistas ficam milionários enquanto que milhões de trabalhadores não têm o que comer ou onde dormir. Chegamos, portanto, na lição de que toda vez que trabalhadores do SUAS ousarem questionar a legitimidade de um pedido de uma pessoa pobre na Assistência Social – muitas vezes porque a gestão “mandou” reduzir a lista dos beneficiários, devem se lembrar do Gustavo Lima e desse monte de milionários e bilionários que “governam” o Brasil. Eles não vão vir ajudar em nada, mas pensar no Tchê, tchê, tchê, tchê pode servir para retomar o quão idiota é essa posição de frentista que insistem em colocar a(o) trabalhadora(r) das políticas públicas.
Combate ao Trabalho Infatil é todo dia
Por onde andará Rozana Fonseca?*
Olá pessoal, Eu virei mãe! Sim, entre tantas Rozanas com Z que habitam em mim, agora também sou mãe e estou aqui aprendendo os ofícios da maternidade e isso toma bastante tempo e exige uma pausa nos afazeres. Mas só gostaria de deixar vocês a par do motivo do sumiço e falta de atualização do Blog e da Página. Antes do nascimento da minha filha eu não consegui planejar e programar textos e Post na Página, mas farei isso nas horas vagas que conseguir por aqui. Portanto, em breve, o Blog volta com as atualizações. Lívia, colaboradora mensal do Blog, mantém o envio dos textos e logo vocês poderão desfrutar de mais um texto inédito dela. E eu vou finalizar o texto sobre benefícios eventuais para publicá-lo em breve (ô promessa desgraçada! Ô, promessa sem jeito!)* 😂😂 Outra coisa que gostaria de responder é porque eu não escrevi no Blog sobre o desmonte do SUAS: atribuo aos preparativos para a chegada da bebê e ao fechamento dos últimos trabalhos, o que culminou na falta de tempo em ler e aprofundar nas discussões para escrever com mais segurança criando um conteúdo proveitoso e agregador ao já produzido por instituições e movimentos sociais. Eu sugiro que acompanhem as Notas do CNAS, dos Conselhos CFP/CRP e CFESS/CRESS, Fóruns e Frentes de Defesa do SUAS e é óbvio que minha indignação contra esse descalabro faz coro com a de todos vocês. Aos poucos também vou responder aos comentários aqui e os e-mails recebidos. Obrigada a todas/os pela compreensão e por visitar sempre este espaço e a nossa página no Facebook! ❤ *Inspiração: Zeca Baleiro
O PETI não acabou, seria muito bom se isso fosse verdade!
Terminei este Post, após ser comovida pelo Prêmio Nobel da Paz de 2014, o qual premiou o indiano Kailash Satyarthi – Prêmio dividido com uma adolescente que já faz grande diferença no mundo, a Malala Yousafzai, que luta pelos direitos das meninas/mulheres à educação. Kailash Satyarthi lidera a Marcha Global contra o Trabalho Infantil e já veio ao Brasil para participar da III Conferência Global sobre Trabalho Infantil. Também levei um empurrão do dia das Crianças. [quanto ao dia das crianças, se eu fosse um pouco mais implicante iria escrever que não passa de uma data comercial, onde os pais passam o mês colhendo café para comprar um tênis Nike para o filho, e os “pais de posse” exibem o poder de compra aos rebentos e os fazem sentir pequenos seres onipotentes] Deixando isso de lado, vamos ao que interessa neste Post, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI. Levante a mão aí quem já ouviu de um colega, ou entendeu que após o reordenamento do SCFV o PETI acabou. Eu sabia!…de tanto ouvir essa afirmativa equivocada é que decidi elaborar este texto. Pois bem, o PETI não acabou! Equívocos são comuns frente às constantes mudanças na organização e execução da Política de Assistência Social, mas o que é preocupante é que os trabalhadores e gestores reproduzem incessantemente esses equívocos com um tom de certeza e de que sabem o que estão falando e fazendo. Eis o engano! a prática é resultado da “fala”, e se esse discurso distorce um programa ou política, a prática será equivocada. O intrigante é que as pessoas que consideram que o PETI acabou defendem veementemente isso, não basta dizer, resumidamente: o reordenamento mudou a lógica de financiamento e a organização da oferta do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – dando mais autonomia e flexibilidade aos Municípios, o qual deve, prioritariamente, atender as crianças em situação de trabalho infantil e adolescentes em trabalho precoce (entre outras prioridades). Esta reorganização objetiva desfazer equívocos anteriores, onde o PETI, ao invés de gestão imbricada com a proteção social tinha “vida própria”, e fim em si mesmo, funcionando com casa e marca nas paredes e pior, marca nas crianças. Não é à toa que no território onde funcionava o PETI (CASA que exclusivamente ofertava ações para crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil) as crianças e adolescentes eram conhecidas como as “crianças do PETI” e aquelas famílias cujos filhos só iam para a “escola comum” se orgulhavam de não ter uma membro frequentando o PETI. Como características dessa oferta, podemos citar: funcionamento integral no contra turno da escola, almoço (igual escola) e reforço escolar. Sim, não é de espantar que alguns pais gostariam que os filhos estudassem em apenas uma escola – Mas porque ele não pode ficar só no PETI? O SUAS está aí para desfazer essa lógica da segregação e discriminação e não tem como atribuição executar ações da escola! Mas será por que que aqueles que executam o SUAS, diante do reordenamento, entenderam que o PETI acabou? É porque não estudou atentamente, provavelmente porque leu alguns trechos e logo pensa: ah, já sei! e a pior hipótese, não leu sobre o assunto, apenas escutou alguém falar. Sobre o Reordenamento acesse AQUI Para não ficar alheio à dinâmica da implementação do SUAS, é preciso ler e estudar muito e pra saber se está razoável questione se você tem condições de fazer “links”, pontes com os documentos e materiais já disponibilizados pelos órgãos, no caso aqui, o MDS com as transformações e evolução do SUAS em seu Município e no seu Estado. Quando saiu as orientações do reordenamento, você se perguntou por quê? E sobre o fim do PROJOVEM? o PROJOVEM acabou mesmo, mas não a oferta do serviço para adolescentes de 15 a 17 anos, preconizado desde a Tipificação. Você sabia que o PETI foi implantado em 1996? O SUAS só nove anos depois, em 2005. Está aí uma boa fonte de estudos! E mais, que apenas em 2011 o PETI foi incorporado na LOAS? ratificando o “…caráter intersetorial, integrante da PNAS, que, no âmbito do SUAS, foi consolidado com as ações que compreende: (1) transferência de renda às famílias; (2) trabalho social com famílias e (3) oferta de serviços socioeducativos para crianças e adolescentes. Vejam que é totalmente infundado pensar e AGIR como se o PETI tivesse acabado. O que acabou foi a “casa” que abrigava o PETI. Quando a confusão está ligada apenas a esta questão concreta ainda é compreensível, só não acho compreensível quando se referem que o PROGRAMA foi substituído pelo SCFV. Se é programa, não tem “moradia”, tem gestão. Outro ponto é que o SCFV já existia antes do reordenamento, vejam que a primeira publicação da Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais é datada de 2009. De acordo com os dados divulgados no site Promenino, “No Brasil, na divulgação da última Pnad 2012, aproximadamente 3,5 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estavam trabalhando no país. Se considerada a faixa etária entre cinco e 13 anos, a pesquisa aponta cerca de 554 mil meninos e meninas em atividades laborais” Portanto, o desafio da Política de Assistência Social e dos demais setores como Educação, Saúde, cultura, Ministério Público do Trabalho, dentre outros é muito grande e é uma pena termos que afirmar: o PETI não acabou! Mas como é um programa, quem sabe um dia estaremos comemorando o fim deste e a erradicação do trabalho infantil? Para alcançar esse futuro que parece fantasioso diante da realidade do Brasil e do Mundo, comecemos pelo básico, os Municípios têm o Plano de Erradicação do Trabalho Infantil? e a Comissão Municipal? ressaltando que necessariamente o Plano e as ações de erradicação do Trabalho infantil envolvem toda a rede de serviços, sociedade civil e os três poderes do Município. A Assistência Social, especificamente a Proteção Social Especial, responsável pela Gestão do PETI, deve ser o eixo mobilizador e articulador para promover o envolvimento do maior número de atores nesta urgente
Acompanhamento familiar e o SICON
Olá leitores! como vão? hoje compartilho com vocês um artigo, cuja autoria é também de uma leitora do Blog, a psicóloga Graça Santiago (a qual tive o prazer de conhecer em um evento que participei no Instituto de Psicologia – IPS/UFBA ano passado 😉 ). Recebi o artigo há meses, mas só agora pude ler e compartilhar com vocês. Vale muito a pena porque o resultado da pesquisa divulgado neste artigo provavelmente se repetiria em vários municípios e Estados e é realmente um assunto a ser melhor trabalhado e analisado pelas equipes do SUAS e da gestão do PBF em todos os Municípios. Trata-se das incoerências, imprecisão e desatualização dos registros do SICON, realizadas principalmente pela educação, fato analisado através do cruzamento destes registros com os dados coletados em busca ativa pelas equipes do PAIF/CRAS e PAEFI/CREAS para realizar o acompanhamento familiar prioritário das famílias em descumprimento das condicionalidades do Programa Bolsa Família. Mostra portanto, a extrema relevância do acompanhamento familiar para que as famílias não sejam prejudicadas, perdendo o benefício, por erros de sistema e muito menos por desconhecimento da situação familiar por parte da educação. Enfim, vamos ao artigo porque tem muito mais pontos para reflexão! Para baixar o artigo é só clicar no link: PBF – Acompanhamento familiar no SUAS (SANTIAGO, M. G. O. ; GRAMACHO, M. V. S. D. ; DAZZANI, M. V. M. . PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: ACOMPANHAMENTO FAMILIAR NO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, v. 18, p. 228-248, 2013) Ah, Graça também tem um Blog, é a autora do “Prosa Cultural” 😉 Quer ler mais artigos e dissertações sobre a temática do SUAS? Dissertações e Teses – Atuação psicólogos em CRAS – CREAS ——– O fazer Psi no CRAS/PNAS em mais 2 artigos! —— em breve atualizarei a lista com mais artigos! Boa leitura!
Caderno MDS: Concepção de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
Oi Pessoal, estou adorando o Caderno do MDS: Concepção de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, elaborado por Abigail Silvestre Torres e Maria Julia Azevedo Gouveia, lançado em 2013. Com certeza é uma leitura relevante para a oferta do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV, as autoras ( assistente social e psicóloga) abordam conceitos para problematizarmos, refletirmos e propor ações socioeducativas que façam sentido para os usuários e para as famílias, promovendo mudanças significativas no contexto familiar e social. Clique AQUI para baixar o caderno ou acesse o site do MDS ( (BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Concepção de Convivência e Foralecimento de Vínculos. Brasília: MDS, 2013. 56p.).