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Censo SUAS: Bússola para a qualificação dos serviços ofertados

Olá colegas de jornada! em especial à Andressa Barbosa, a qual postou um comentário com questões relacionadas ao Censo SUAS. Primeiramente quero agradecer a Andressa e a Simone, duas leitores que me colocaram para atualizar o blog este final de semana! 😉 é que com o volume de trabalho, o tempo passa e muitas coisas vão ficando em aberto. Por isso, obrigada aos leitores que comentam as postagens, porque os comentários funcionam como um combustível para eu prosseguir com o o blog .  Sei que demoro responder um pouco ( tem ainda os e-mails que recebo) mas o objetivo é não deixar nenhum colega sem retorno.  Mas  vamos ao texto inspirado nas colocações de Andressa:
O censo SUAS é um instrumento de monitoramento, levantamento da situação da rede socioassistencial de cada Município. As dificuldades começam pela discrepância da realidade com aquilo que é proposto pelo MDS. Os técnicos, gestores começam a perceber que os caminhos trilhados diariamente não estão na mesma direção do que é proposto pelo SUAS, ou para não ser tão pessimista, o caminho parece ser bem mais árduo e menos linear. Por exemplo, realizamos o preenchimento do censo, mas não temos a vigilância socioassistencial implantada, o que resulta, para o Município e para os serviços e projetos, apenas números e não uma leitura técnica, qualitativa da realidade.
No suas temos três eixos de execução dos serviços socioassistenciais: proteção social, vigilância social e defesa social e institucional. Estamos executando a proteção social e bem mal a defesa social e institucional, pois muitos gestores, trabalhadores nem se apropriaram ainda do que se trata, ou e quando tem o entendimento, não tem os recursos necessários, como, estrutura física, transporte,  Recursos Humanos, entre outros.
Mas voltemos ao censo e às questões de Andressa. Acredito que os profissionais ainda não qualificam o censo como instrumento de vigilância e nem como apropriação do trabalho. A falta de apreensão acerca das atividades a serem realizadas primordialmente em um Cras, Creas, me leva a esta hipótese. E também temos observado muitos profissionais com insegurança e desconhecimento acerca do que fazer no SUAS. (Faço alusão ao proposto e acordado no Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS) Acesse AQUI.
Então, o Censo não seria também um indicador do que as diretrizes e princípios dos serviços elencados na PNAS, Protocolos, Resoluções, entre outros, demonstram que sejam executados nas unidades como Creas, Cras? Acredito, portanto, que se os técnicos e principalmente os gestores não se apropriarem deste instrumento – para além de enviar dados quantitativos, os serviços socioassistenciais continuarão sem a qualificação adequada e continuarão num caminho obscuro tanto para o MDS quanto para os trabalhadores que estão na ponta executando os serviços. (é relevante pontuar que o MDS propõe muitos serviços com uma “falsa certeza” de que para os Municípios, basta realizar o Termo de Aceite, que depois a execução dos serviços fluirá na perfeita harmonia com as diretrizes indicadas)
Mas defendo que para os profissionais atentos e uma gestão mais próxima das propostas do SUAS, o censo é um importante instrumento de vigilância social e que pode ser um instrumento de leitura e mudança da realidade  – estrutura física, recursos humanos, atividades realizadas e horário de funcionamento – estas dimensões são fatores de avaliação do índice de desenvolvimento dos CRAS. Assim, é através do censo SUAS que é avaliado se os Municípios estão cumprindo com as normativas do SUAS.
 Então, observamos a relevância deste censo e identificamos que o desdobramento dos dados resultam em consequências para a melhoria, expansão e qualificação – ou NÂO, dos serviços socioassistenciais nos municípios. Para os gestores atentos às metas de desenvolvimento dos CRAS – o que é tratado no documento: O CRAS que temos e o CRAS que queremos, este instrumento pode ser um norteador para a qualificação dos serviços ofertados e para o alinhamento entre gestão e trabalho técnico.

Bom,  minha reflexão é essa e espero que vocês possam deixar suas opiniões aqui também!

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