Características do profissional de Psicologia para atuação no SUAS
Prezados leitores, Este post é resultado de uma provocação para coleta de conteúdo para uma possível produção de vídeos, como precisei adiar este projeto, achei por bem responder aos meus colegas que contribuíram com perguntas na nossa Fan Page. Hoje respondo ao meu conterrâneo, Jardel Maximiliano, o qual perguntou o seguinte: Que características o profissional de Psicologia precisa ter para ter uma boa atuação no SUAS? e a segunda: Qual o maior desafio do Psicólogo que Atua no SUAS em sua Opinião? Vamos lá, e espero que vocês continuem este post, deixando a contribuição de cada um! 1) Que características o profissional de Psicologia precisa ter para ter uma boa atuação no SUAS? Implicante, no sentido mais belo desta palavra, se sentir parte de algo e se responsabilizar por ele, portanto esse profissional não pode ser passivo, alheios aos acontecimentos históricos, sociais e econômicos de nossa época e muito menos da época de nossos pais e avós. Porque a leitura crítica acerca destes contextos nos permitirá traçar um olhar sob diversos ângulos às famílias e sujeitos que a compõem. Eis aqui, uma brilhante característica profissional, ser capaz de ver além do aparente, se permitir abrir as lentes para ver o que a sociedade e o Estado não querem revelar, ou se revelaram, o fez apenas por uma via pouco acessível, ou pior, por uma via revestida de engodo, e aí está nossa astúcia, se desdobrar e ter coragem de procurar qual é a lente que reflete a verdade da família, de seus membros e do território onde eles estão inseridos. Qual o maior desafio do Psicólogo que Atua no SUAS em sua Opinião? O primeiro desafio é este profissional se implicar por este trabalho, ou seja, se responsabilizar, porque ao aceitar uma vaga, um cargo, onde ele é chamado para responder a um contexto cheio de “ciladas” e contradições, ele precisa ter postura frente a realidade que o cerca, e que muitas vezes, ele não a conhece nem através dos livros. Qual o desafio? Ler, estudar e praticar. Ler sobre avaliação psicológica? transtornos mentais? como fazer anamnese? Depressão? NÃO, isso ele já fez. Se propôs a atuar no SUAS, ele precisa se permitir para o saber construído e a ser construído acerca da relação do homem com os aspectos sociais, econômicos, ambientais e históricos, e questionar: a partir de quais argumentos e conceitos pensamos, agimos e propomos ações para as famílias? O caminho para isso é um desafio, pois se a atuação no SUAS precisa ser uma prática embalada pela pesquisa, é necessário dar lugar e relevância à ela. Sim! e se fizermos isso, continuaremos a ser psicólogos e seremos muito melhores! Jardel Maximiliano, Muito obrigada pelas perguntas! Um abraço!
SUAS, qual é o nosso papel?
Oi Pessoal, Não podia deixar de compartilhar com vocês um trecho da palestra* da Diretora do Departamento de Gestão do SUAS/MDS, Simone Albuquerque. A fala da Simone veio me confortar! é isso mesmo, pois é impressionante como vejo os CRAS ofertando oficinas produtivas e manuais/artesanatos como sinônimo de trabalho com famílias e como instrumento para fortalecer a comunidade/a renda das famílias. Não, nós não fazemos isso, não devemos executar uma política como cunho compensatório de outro setor público que deixou ou deixa lacunas, no caso aqui, o setor de formação profissional e inserção no mercado de trabalho, porque não vamos executar uma Política ( que é legítima – PNAS ) e muito menos a outra! o que vejo é que, em detrimento da ausência de política de inserção produtiva e geração de renda nos Municípios, a política local do SUAS absorve esta demanda e a responde de forma equivocada e perversa, prejudicando a implementação e qualificação do PAIF – arrisco dizer (hipótese) que é por não saber o que fazer, ou por querer dar visibilidade ao trabalho com resultados populares “observáveis e palpáveis”). Vamos à fala da Simone: “(…) até hoje os PAIFs dos CRAS estão fazendo plantão social, não estão? até hoje tá distribuindo cadeira de rodas, remédio, dentadura, na assistência social, não está? até hoje está fazendo fuxico nos CRAS, não está? até hoje tem (…) bordado, pano de prato, até hoje tá achando que nós vamos fazer inclusão produtiva com os pobres, se a gente não vencer esta etapa, o SUAS também não se estabelece … não adianta querer mais orçamento, recursos, se não pontuarmos qual é nosso papel… para isso vamos fazer prioridades e metas…e mostrar resultados (…)” Simone Albuquerque, 2013* Mas qual é o nosso negócio? nosso fazer é sustentar o lugar de uma política que está se estabelecendo como instância de oferta de serviço com qualidade através de pesquisa, planejamento, gestão social e da informação, pautados por posicionamentos reflexivos, implicantes e problematizadores de contextos familiar e social que re-clamam por proteção e atendimento dignos, estes que devem ser imbuídos de sentido para cada família e comunidade que demandarem os serviços socioassistenciais. Para alcançar estes resultados precisamos olhar com/para as famílias e para a comunidade com uma visão isenta dos paradigmas reprodutores de ideologias e de soluções preconcebidas. Precisamos estabelecer prioridades e metas para dar visibilidade aos serviços socioassistenciais e com isso desconstruirmos, com celeridade, as falsas ideias de que a assistência social é o lugar de tudo e o lugar de sanar o que a política pública A ou B deixou de cumprir. Agradeço ao Carlos Pereira, pela disponibilidade do vídeo desta palestra, porque esta fala tem um lugar todo especial pra mim e vem corroborar com o meu entendimento da PNAS/SUAS, e parabenizo Simone Albuquerque pela veemência e propositividade ao falar e fazer a Gestão do SUAS! * Simone Aparecida Albuquerque – Diretora do Departamento de Gestão do SUAS/MDS na reunião do Colegiado dos Gestores Municipais da Assistência Social do Estado de Minas Gerais — COGEMAS/MG, no dia 07 de junho de 2013. Palestra sobre a NOB SUAS 2012, falando sobre o Pacto de Aprimoramento do SUAS. Assistam ao vídeo no Canal Carlos Denis de Campos Pereira
Encontro com alguns leitores do Blog
Participei como delegada do VIII Congresso Nacional de Psicologia – CNP em Brasília, que aconteceu no período de 30 de Maio a 02 de Junho/13. Entre tantos pontos positivos, destaco o encontro e a oportunidade de conhecer alguns colegas leitores do Blog e que lutam pela implementação e qualificação do SUAS! Conheci Felipe Kosloski, atuante do SUAS no Estado do Espírito Santo, Érica Andrade Rocha técnica do SUAS no Estado de Minas Gerais e Joari Carvalho, de Suzano/SP, o qual já colaborou com o Blog quando realizamos o Concurso Cultural (http://wp.me/pPtLP-uc) Obrigada pelo carinho e companhia de todos aqui no Blog!