Apresentação de Livro/resenha: Ensinando a transgredir

Sabe aquele livro que vale a pena, que te coloca a par de uma história real e inspiradora? Pois é, este livro é a indicação de leitura de hoje: “Ensinando a Transgredir: a educação como prática da liberdade” de Bell Hooks – 2013. Recebi este livro da Editora WMF MARTINS FONTES, uma das parceiras aqui do Blog na fomentação da leitura e da qualificação do nosso trabalho – (Para saber mais sobre as resenhas, acesse AQUI ). É um livro voltado aos profissionais da educação, mas considerei relevante a leitura devido as atividades de caraterística socioeducativa nos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e PAIF. Ou apenas para ampliar a visão crítica sobre os processos de ensino, porque também cabe a nós cidadãos e profissionais termos condições de dialogar e defender uma educação de qualidade, ou melhor, defender processos emancipatórios que verdadeiramente propiciem condições aos sujeitos para o exercício de uma cidadania plena. Um ponto muito legal do livro é a consideração da autora acerca do trabalho de Paulo freire. O qual a inspirou e a encorajou a fazer uma educação libertadora. “Desde o começo, foi a insistência de Freire na educação como prática da liberdade que me encorajou a criar estratégias para o que ele chamava de “conscientização” em sala de aula (…) entrei em sala de aula convicta de que tanto eu quanto todos os alunos tínhamos de ser participantes ativos, não consumidores passivos”. Pág. 26 Em ‘Ensinando a transgredir’, Bell Hooks – escritora, professora e intelectual negra insurgente – escreve sobre um novo tipo de educação, a educação como prática da liberdade. Para hooks, ensinar os alunos a “transgredir” as fronteiras raciais, sexuais e de classe a fim de alcançar o dom da liberdade é o objetivo mais importante do professor. O Racismo é um dos pontos marcantes no livro, é emocionante testemunhar através de sua escrita, a sua luta e posicionamento e de muitas mulheres negra, frente a segregação entre brancos e negros. ” Não é fácil dar nome à nossa dor, teorizar a partir desse lugar”. Pág.103 E é claro que essa reflexão pode nos servir de suporte a várias tentativas de fazer um trabalho crítico nas atividades socioeducativas do SUAS pautados na transformação social e emancipação do sujeito, das famílias e da sociedade. O que acham? Com certeza este livro nos inspira a fazer diferente e a fazer diferença! E como a própria Bell afirma, Paulo Freire é um grande aliado para nos ajudar a enxergar e ler a realidade social. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. WMF Martins Fontes, 2013. 283 p. HOOKS, bell Site da Editora: WMF Martins Fontes Boa leitura! 😉

Resenha do Livro: Adolescência–violência: desperdícios de vidas

RESENHA: TRASSI, Maria de Lourdes. Adolescência–violência: desperdícios de vidas. São Paulo: Cortez, 2006. 264 pág.  A autora do livro, Maria de Lourdes Trassi, possui graduação em Psicologia e doutorado em Serviço Social. Foi Professora, pesquisadora e coordenadora do Programa de Mestrado Profissional Adolescente em conflito com a lei da Universidade Bandeirante de São Paulo no período de outubro-2007 a Março -2010. O Livro proporciona ao leitor uma passagem pela história e funcionamento das unidades de internação para adolescentes autores de atos infracionais do Estado de São Paulo. A passagem é descrita com recortes das décadas de 60 até metade da primeira década do século XXI. A cada página lida é como se as linhas se transformassem em imagem, em um filme – o roteiro está mais para um filme de horror ao explicitar o trato desumano e ineficaz (pelo Estado, seus representantes e pela sociedade) com os adolescentes que cometeram ato infracional, e aqueles considerados em situação irregular por estarem abandonados ou negligenciados. E ainda hoje, continua diante de nossos olhos, ao vivo, a falta de uma verdadeira implantação e implementação dos programas de execução das medidas socioeducativas – tanto no meio fechado quanto aberto. Por inoperância do Estado, as crianças e os adolescentes, principalmente os pobres, continuam ameaçados e criminalizados.