Materiais para ações socioeducativas e de convivência com crianças e jovens

Estava faltando aqui no Blog, alguma indicação ou lista de leituras para Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV para crianças e adolescentes, Projovem Adolescente ou outras atividades e modalidades de grupos com jovens. Portanto, selecionei alguns artigos, textos e cartilhas que acredito colaborar com o nosso trabalho por indicar algumas direções e possibilidades de atuação e devido oferecer maior compreensão acerca deste período da vida e suas peculiaridades. Os materiais aqui relacionados foram todos frutos de pesquisa na internet e consequentemente baixados – estão todos publicados online!  não vou conseguir citar de quais sites eu baixei cada um, mas em todos eles tem os autores e os responsáveis pelas publicações (gostaria de organizá-los por assunto, título ou tipo, mas como não tenho tempo suficiente vou disponibilizá-los conforme minha pesquisa, ou seja aleatória – e nada de xingo, porque pesquisa na internet também é algo demorado 😉 Ressalto que não li todos os textos e que por isso o fato de tê-los publicados aqui não significa que eu concordo com todos os conteúdos e nem estou afirmando que correspondem ao que preconiza a Política Nacional de Assistência Social. O objetivo é compartilhar justamente para juntos, descobrirmos o que de bom tem cada texto no que se referente à temática da infância e juventude e então, nos auxiliar nas propostas de trabalho nos CRAS, CREAS, SCFV, Projovem Adolescente, etc. Ao longo da semana, darei destaque a alguns textos e cartilhas ( colocando o título de cada publicação  também) Segue a relação dos textos: PARA BAIXAR É SÓ CLICAR EM CADA LINK a-constituicao-social-do-brincar Artigo_Zelito_Sampaio_versao_final boas_praticas guia-de-referencia-para-o-dialogo-com-a-midia guia-metodologico-para-planos-erradicacao-trabalho-infantil guias-de-politicas-publicas-para-juventude jovens-e-trabalho-no-brasil juventude-violencia-vulnerabilidade-social-na-america-latina o-jovem-e-o-adolescente-na-cena-social o-processo-de-avaliacao-de-projetos-do-piu o-que-a-crianca-nao-pode-ficar-sem-por-ela-mesma Parametros das Ações Socioeduc.Cad.2 Parametros das Ações Socioeduc.Cad.3 parametros-acoes-socioeducativas politica-nacional-de-juventude politicas-publicas-no-territorio-das-juventudes Praticas socioeducativas e formação de educadores transversalidades-no-estudo-sobre-jovens-no-brasil vulnerabilidade-entre-criancas-e-jovens vulnerabilidade-sociodemografia-e-instrucao Boa leitura e discussões!

Juventude e as relações sociais no Território

Compartilho com vocês um artigo do meu amigo de discussões e reflexões acerca da Política Nacional de Assistência Social, Leornardo Koury Martins. Leonardo é Assistente Social, poeta, escritor, militante, autor do Blog TeoriaVerusPrática e  envolvido na construção de várias políticas públicas. Obrigada pela disponibilidade do texto! Juventude e as relações sociais no Território Leonardo Koury Martins[1] Resumo: O artigo trata sobre a construção das relações sociais no território da juventude e sua interface com uma ideia coletiva deste seguimento no âmbito dos direitos humanos              Podemos considerar que entre os diversos sujeitos presentes no território, a juventude é a que mais é atingida pela desigualdade nos espaços ocupados. Desemprego, violência, problemas com a escolarização, gravidez e drogas estão presentes no diálogo juvenil, cicatrizes adquiridas entre os espaços urbanos das grandes cidades.             A cidade de Contagem quando constrói de forma intersetorial estratégias governamentais para diminuir o abismo entre a oferta das políticas para crianças e adolescentes e ainda a pouca oferta específica ao público jovem. Por menor que seja a oferta às políticas de juventude a mesma deve ser rearticulada às manifestações culturais no território.             Ao construir ao longo dos eixos do Programa de Educação Integral e Integrada é buscar novas formas de significar as diversas manifestações juvenis e integrar as ações governamentais de caracter socioeducativo existentes no território é trazer não apenas a juventude às praças da cidade, mas além dos sujeitos a manifestação cultural por eles produzidas.             A mais importante consideração a pensar os desafios da construção dos direitos sociais dos jovens está no rompimento do mundo “adultocêntrico” que em momentos enxerga a juventude enquanto propulsora do futuro e em outros momentos no único produtor da violência gerada entre outros aspectos positivados na visão adulta da imaturidade relegada ao jovem.             Segundo DAYRELL (2005), a juventude é um seguimento transversal a todos os outros seguimentos, pois ser jovem não suprime a condição de gênero, etnia, orientação sexual, porém exposta pela fragilidade por estar em uma condição geracional.  A juventude e as estatísticas governamentais             De acordo com a Emenda Constitucional 65, que altera o Artigo nº 227 da Constituição de 88, a juventude caracteriza-se como sujeito de direitos. O estado, a família e sociedade têm enquanto (sugestão: use “como” no lugar de “enquanto”) dever assegurar entre outras condições a prioridade absoluta na primazia do direito. Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)             A faixa etária em que se encontram os/as jovens estabelecida por consenso pelas esferas governamentais e não governamentais está entre 15 e 29 anos. Podem-se aplicar três faixas etárias organizacionais ao seguimento juvenil: o jovem-adolescente entre 15 e 17, o jovem-jovem entre 18 a 24 e o jovem-adulto entre 24 e 29 anos. Estas faixas caracterizam a diversidade e especificidade voltadas ao seguimento juvenil no qual segundo os dados do Programas Nacional de Amostragem Domiciliar – PNAD/IBGE em 2010 existem 53 milhões de jovens brasileiras/os. Esta grande maioria da população brasileira se encontra ainda pouco protegida pelo Estado, principalmente os jovens homens que atualmente assumem majoritariamente os índices de homicídios violentos.             A juventude brasileira sofre os maiores efeitos da violência. Segundo dados integrados do Ministério da Saúde, Ministério da Justiça e da Secretaria Nacional da Juventude, os jovens sofrem 53% mais violência e em todas as suas interfaces em relação a todas as outras faixas etárias da população nacional. Haja percebido que dos quase 80 mil mortos/ano por crimes violentos, 46 mil são jovens. Este recorte quando consideramos jovens do gênero masculino, negros ou pardos e pobres somam 89% dos atingidos pelo índice.             Segundo os dados do IBASE/POLIS, na região metropolitana de Belo Horizonte, 55% da juventude sofre ou já sofreu a situação do desemprego. Uma imensa maioria recorre a empregos precários sem direitos trabalhistas e 71% não contribuem para a Previdência Social.             Estes dados contrapõem a idéia criada de que a juventude é futuro, percebendo em seu presente existe um verdadeiro genocídio e abandono pelo estado e sociedade, trazendo à esfera individual a culpabilização por todos os problemas vivenciados.             Percebendo estas contradições voltadas a expectativa da transformação social através da juventude e as reais condições vividas pela grande maioria da juventude brasileira, em especial a juventude pobre, políticas governamentais se articulam buscando amenizar e contribuir na melhoria desta realidade.             O Plano Nacional da Juventude – PNE – descreve entre seus desafios o diálogo e articulação com as políticas públicas existentes, além de propor novas ações governamentais, mesmo que ainda sejam pouco eficazes frente à dificuldade intersetorial e à ordem de prioridade dos governos, antagonicamente no atendimento entre a população mais pobre e os grandes detentores do poder econômico.             É importante levar em consideração que paralelo aos índices de violência e acesso ao emprego, a escolaridade também reforça os números de desigualdade. Os jovens ricos têm em média 3,4 anos a mais de estudo que os jovens pobres. Segundo o Observatório da Juventude da FAE/UFMG, existe um contraponto onde 69,2% dos jovens ricos declararam acessar regularmente espaços culturais, educativos e recreativos como Shoppings, Cinemas e Museus entre outros e 22,2% dos jovens pobres declararam nunca ter acessado alguns destes lugares.             O seguimento juvenil é marcado pelo antagonismo exposto entre o/a jovem construído/a pelas novelas e minisséries e a/o jovem construída/o pelos documentários e notícias policiais. Este antagonismo é estruturado por todas as condições sociais que trazem aos jovens pobres a possibilidade de representar números como do Índice de Homicídios na Adolescência – IHA no qual traz ao Brasil a perda de jovens por ano na proporção do fim de uma cidade com quase 50 mil habitantes com