Janeiro branco: Carta à Assistência Social


Sobre Janeiro Branco no SUAS

Vamos começar com uma pergunta: por que incorporar a campanha Janeiro Branco nas agendas do trabalho social com famílias no SUAS? Minha pergunta já indica uma proposição, né? Se for aderir a campanha que pelo menos seja nesta dimensão de trabalho e não apenas no gabinete de comunicação. Pergunto porque parece que a adesão às campanhas coloridas se dá de maneira muito automática. Sabe, às vezes sinto que é para ter o que fazer ou como que participar por “obrigação”, efeito manada mesmo, ação “cool”…bem discurso liberal empoderador. Você não percebe que está incorporando campanhas na sua agenda seletiva por estar com vergonha de si mesma, envergonhada como se não tivesse um objeto próprio que justificasse sua implantação.

Ora, provisionar segurança de acolhida, de renda e auxílio, desenvolver autonomia e a de convívio familiar e comunitário é promover saúde mental.
Então, cabe outra pergunta: sua ação sobre Janeiro Branco versou ou versa com o discurso cuide da sua saúde mental na perspectiva biologicista, individialista e mercantilista ou você aproveita para reconhecer a importância de realizar as ações pautadas nestas seguranças previstas porque sabe que indireta e transversalmente está promovendo saúde mental?

No último dia 29 foi dia da Visibilidade Trans. Esta “causa”, esta data estão na sua agenda colorida? O Dia Mundial de Combate a AIDS e ações que combatam preconceitos às pessoas que convivem com HIV, estão na sua agenda? No dia da Consciência Negra, tem espaço para discussões e mudanças de rotas quanto a reprodução de ações sexistas que os serviços fazem em nome do fortalecimento de vínculos?
Por que você elege umas campanhas e permanece indiferente a outras?

Parece que você não reconhece suas contradições, sequer, sua grandeza.

O buraco negro terráqueo não é culpa sua. Então, não seja messiânica! Cuide da sua saúde mental, não se envergonhe.


Instagram, facebook e Youtube: @psicologianosuas

5 comentários em “Janeiro branco: Carta à Assistência Social

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  1. (Se for aderir a campanha que pelo menos seja nesta dimensão de trabalho e não apenas no gabinete de comunicação). Concordo eu gênero, número e grau.

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