Este texto é uma análise sobre discursos, concepções e práticas na Assistência Social a partir das postagens dos perfis no facebook das unidades de CRAS, CREAS e SCFV de vários municípios. Considerei relevante problematizá-las para que possamos refletir sobre o que estamos disseminando por aí, uma vez que as postagens demonstram e reproduzem equívocos sobre os serviços ofertados pela Proteção Social, especialmente pela básica.
A ideia inicial era publicar os Prints das Postagens para que este texto ficasse mais impactante, mas para não expor as unidades, os trabalhadores e os usuários, eu demoraria muito para manipular as imagens (eu tenho um acervo significativo). Talvez a necessidade de reforçar a escrita com as imagens seja porque às vezes reluto em não ser confundida com uma pessoa pessimista que só olha o lado ruim ou que não considera a dificuldade que os trabalhadores têm em promover a participação das famílias nos serviços.
Sei e aceito que carrego as bandeiras da implicância (no sentido de envolver, enlaçar e não no sentido de atrapalhar ou confundir); da criticidade e da reflexão. Se eu me movimento com elas, me permito parar, olhar e analisar se devo continuar por determinado caminho ou não.
Ressalto que não se deve confundir pessimista com crítico. O primeiro é aquele que não acredita no sucesso ou resultado de nada, escolhendo sempre a fila do fracasso para testemunhá-lo, enquanto que o crítico é aquele que planeja e sabe qual caminho e qual direção é a mais assertiva, naquele momento. Estando pronto para desviar e refazer a trilha quantas vezes forem necessário para alcançar o resultado.
No meu entendimento, é essa pausa que não se permitem fazer muitos psicólogos, assistentes sociais, coordenadores, gestores, técnicos de nível médio e demais executores da política. Será por que isso dá trabalho e requer tempo? Ou é por que ainda se opera na lógica perversa de que para pobre qualquer coisa serve?
Vale pontuar que têm muitos profissionais politizados e críticos, mas que infelizmente são muitas vezes colocados para fora dos trilhos ou se cansam de lutar por terem a voz tolhida, sendo julgados e condenados por não falarem a língua da maioria ou da “chefia” – regendo a lei da quantidade e não da qualidade.
Portanto, tratar questões como essa proposta aqui, não é porque não se acredita em artesanato nos CRAS, nos SCFV e CREAS, é justamente por acreditar que ele precisa conter uma nova lógica ao compor as respostas que damos às pessoas que demandam proteção social na rede sociossistencial.
Este texto terá mais três partes. Mas para fechar esta, quero fazer alusão ao meu debate na Oficina Trabalho Multiprofissional e o conceito de interdisciplinaridade no 3º Seminário Estadual sobre Psicologia e Assistência Social em São Paulo, o SUAS nasceu velho ou é a nossa concepção de trabalho social que está impedindo o novo?
Até breve, nos vemos na parte II!
Update: Para ler os Posts desta “série”, clique nos links:
- O que é o CRAS segundo o Facebook – PARTE I
- O que é o CRAS segundo o Facebook – PARTE II
- Oficinas no SCFV
- Grupo da melhor idade? Quem foi que disse?
- O uso das redes sociais pelos CRAS, CREAS e outras unidades do suas
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