O Trabalho do Psicólogo(a) no CRAS


Título: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRABALHO DO PSICÓLOGO
NO CRAS

Tema: 9 – Políticas Públicas
Autor responsável por apresentar o Trabalho: CLÁUDIA ITABORAHY FERREIRA
Autor(es) adicionais: GABRIELE FARIA, MIRIAN BACELO, RENATA
CECCHETTI e VIVIANE BUSTAMANTE

Resumo: Este trabalho pretende promover a discussão a respeito da inserção do psicólogo no campo da Assistência Social, mais especificamente nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), partindo da experiência da equipe de psicólogos e assistentes sociais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social do Município de Nova Iguaçu. A Assistência Social se constituiu como política pública a partir da Constituição Federal de 1988. Em 1993, foi promulgada a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que define as diretrizes básicas para a organização da Assistência Social em âmbito nacional. Após 10 anos de vigência da LOAS, foi aprovado, na IV Conferência Nacional da Assistência Social, o Sistema Único da Assistência Social (SUAS), que, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), “regula em todo o território nacional a hierarquia, os vínculos e as responsabilidades do sistema de serviços, benefícios, programas e projetos de assistência social”.
O SUAS dá as diretrizes do funcionamento das ações no campo da Assistência com contrapartida das três esferas de governo – Federal, Estadual e Municipal – e com o lema de garantir a autonomia, a dignidade e o direito. É, portanto, sob a perspectiva do direito que todos os municípios brasileiros terão, de acordo com seu contingente populacional, que implantar o(s) seu(s) CRAS. O CRAS é uma unidade pública que deve se localizar em áreas de vulnerabilidade social, realizando serviços de proteção social básica, organizando e coordenando a rede de serviços sócio-assistenciais locais. Eles têm como função garantir segurança de convívio social e familiar, através de ações, cuidados e serviços que restabeleçam vínculos pessoais, familiares, de vizinhança e de segmento social. O CRAS conta com uma equipe técnica mínima de psicólogos e assistentes sociais e encontra algumas diretrizes norteadoras em um Guia Técnico elaborado pelo MDS, no qual se propõe um trabalho conjunto destes profissionais. Entretanto, tais diretrizes não apontam a especificidade dos profissionais em questão. Se, por um lado, este guia formata as ações a serem desenvolvidas pelos técnicos do CRAS, sejam eles psicólogos ou assistentes sociais, por outro, define as atribuições destes sem levar em conta as particularidades da formação de cada profissional. A existência dessas diretrizes, então, nos permite interrogar qual a função do psicólogo nas unidades do CRAS, visto que o SUAS prevê a contratação obrigatória deste profissional. O que diferenciaria o psicólogo do assistente social neste dispositivo? Em entrevista ao Jornal do Conselho Federal de Psicologia, Ano XX nº 86 – maio 2007, a Secretária Nacional da Assistência Social, Ana Lígia Gomes, afirma que a intervenção do psicólogo no CRAS deve se dar, prioritariamente, através de ações sócio-educativas grupais. Desta forma, para a Secretária, a atuação do psicólogo se aproximaria dos movimentos grupalistas e institucionalistas, afastando-se dos “métodos de atendimento clínico convencional”. A visada de um trabalho sócio-educativo encontra-se, de fato, pautada no Guia Técnico, que é referência das ações desenvolvidas no CRAS. Porém, este tipo de trabalho parece estar mais próximo da formação do Serviço Social do que da formação do Psicólogo. Com isso, retornamos ao Guia Técnico, no qual os papéis dos técnicos aparecem indiferenciados. No entanto, aposta-se nas especificidades.
A especificidade do papel do psicólogo no CRAS não está, conforme a Secretária, necessariamente pautado no modelo clínico-ambulatorial. Mas, seriam as ações sócioeducativas a única prática possível para o psicólogo no CRAS? O Guia, ao comportar essa indiferenciação entre os profissionais, abre uma importante brecha que nos convoca a pensar o trabalho como um campo de possibilidades a ser construído entre a Assistência e a Psicologia. Senão, o que nos restaria enquanto profissionais seria uma mera reprodução de nossas funções isoladamente, ou seja, um engessamento do nosso trabalho.

FONTE:  CRP RJ 

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352 comentários em “O Trabalho do Psicólogo(a) no CRAS

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  1. Olá Rozana! Parabéns pelo blog! Eu trabalho em CRAS e sempre fico em dúvida se os técnicos (tanto psicólogo quanto assistente social) devem fazer relatórios de acompanhamento solicitado pelo Conselho Tutelar, Tribunal de Justiça, Promotoria, Comunidade Terapêutica, Fundação Casa, etc. Fico insegura sobre a questão do sigilo. Já procurei legislação a respeito mas só encontro informações sobre relatório de avaliação psicológica. Não sei se estou procurando errado. Enfim, você poderia me ajudar com essas questões, por favor?

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  2. O Psicólogo do CRAS está impedido de atender clínica de público alvo do CRAS? É porque muitas vezes os psicólogos da saúde estão sem agenda para atendimento de pessoas desse público, poderíamos atendê-los clinicamente???

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    1. Oi Kátia,
      Está.
      O impedimento se dá diante dos objetivos do PAif e demais serviços do SUAS.
      Não dá para sobrepor ações, é preciso articulações dos setores para ampliação da oferta de cada política pública.

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  3. Olá Rosana, gostaria que você esclarecesse algumas dúvidas quanto a elaboração de documentos no CRAS, como ofícios informativos, relatórios de caso, Muitas vezes solicitados pelo CREAS ou demais setores. A minha dúvida é: Como elaborar esses documentos, a estrutura? Psicólogos e assistentes sociais assinam em conjunto ou não? Em documentos de CRAS se insere parecer psicológico? Temos tido alguns problemas nesse sentido. OS assistentes sociais referem que o código de ética não permite a assinatura em conjunto, contudo, não há delimitado o nosso papel na política. Como passar para o relatório nosso olhar subjetivo da família?
    Gostaria que você falasse um pouco sobre o assunto. Obrigada

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  4. Olá, sou psicologa em São Paulo e gostaria de saber qual a forma de ingresso no caps, cras ou nasf. Estou fora do mercado de trabalho e quero muito ingressar nesta area.
    Grata, Gislaine.

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    1. Boa tarde cara colega !!

                       tambem sou psicologa estou a busca de oportunidade! fez um ano que estou fora do mercado de trabalho ! Bom existe varios meios de tu buscar oportunidade . pelos processos seletivos simplificado dos municipios , atraves de concurso ou pelo site link do MDS onde tu pode mapear as prefeituras e estar encaminhando o  curriculo .. No CASP e atraves de concurso ou pode encaminhar para secretaria de saude !! NASF secretaria de educação 
      

      Boa sorte / sucesso 2017

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      1. May, as coisas estão difíceis viu! Também estou um ano a procura.
        Muito obrigado pela sua atenção. Boa sorte para nós todos!!

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    1. Oi Juliana,
      Esse não é objetivo da proteção social e está totalmente em desacordo com a proposta da PNAS, portanto não procede de modo algum essa demanda. Mas e por que fazer testes? com qual finalidade?
      ….Mesmo que fosse em um serviço onde isso estaria previsto, quem que decide sobre quais as técnicas e metodologias a serem utilizadas nas intervenções? um abraço

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  5. Boa tarde Rosana!
    Gostei muito da matéria sobre a atuação do psicólogo no CRAS, isso nos ajuda muito.
    Gostaria que enviasse para o meu e-mail o Projeto RET: Recolher e Transformar.
    Grata, Solange
    rodriguesfsa@gmail.com

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  6. Boa noite, sou estudante de psicologia, estou no começo ainda. O professor de organizações e politicas publicas, pediu que fizesse um trabalho sobre a atuação do psicologo no Cras. procurando no Google encontre sua pagina de ajuda Rosana. Me foi muito útil, desde já agradeço e tenho certeza que me ajudara muito. Parabéns pela iniciativa, pois o começo e sempre complicado em qualquer área.

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